Gal Guardians: Servants of the Dark | Review
Gal Guardians: Servants of the Dark é um metroidvania, em duas gloriosas dimensões, desenvolvido e publicado pela INTI CREATES CO., LTD. Nele, controlamos duas irmãs que chegam ao castelo que vivem, depois de uma longa viagem, apenas para descobrir que seu adorado mestre foi traído e assassinado por aqueles que, aparentemente ao menos, eram seus aliados de outros verões. Que sacanagem.
Mas, e aí. Será que vale a pena acompanhar essa treta toda? É o que saberemos agora, em mais uma análise caprichada do Pizza Fria!
Serviço completo
Se tem uma coisa difícil nesses tempos modernos, leitores e leitoras do site com o público mais lindo da rede mundial de computadores, é encontrar gente boa para podermos contratar. Colaboradores que vistam a camisa da empresa, que desejem dar seus melhores anos de vida em nome dos grandes mestres corporativos em troca de um pequeno faz-me-rir e uma caixa de bombom a cada Natal. Ah, da forma que deveria ser.
Eu cá me considero um trabalhador ímpar, visto que escrevo faz eras para este adorável centro informativo e nunca fui pulverizado pelos grandes senhores da Pizza em baixa temperatura. E sabem quem mais pode se gabar de ter um histórico tão chique quanto o meu? As protagonistas de nosso jogo de hoje: Gal Guardians: Servants of the Dark.
Metroidvania com maids e metralhadoras em um castelo demoníaco, cheio de monstros e outras aberrações comuns ao mundo dos animes e adjacências. O que mais poderíamos querer? Eu cá já me interessei simplesmente por ele se vender como um título dentro de um dos meus gêneros favoritos, e admito que isso me causou uma certa esperança e expectativa. Mas, será que me decepcionei? É o que saberemos agora, meu povo.

História
Imaginem um dia, leitores e leitoras, que vocês estejam retornando de uma bela viagem. Estão chegando ao castelo em que trabalham ansiosos e ansiosas para rever seu mestre, o grande patrão demoníaco (literalmente) para o qual trabalham com tanta devoção e amor. Agora, pensem que a primeira coisa que vocês veem ao chegar é o lugar destruído, tomado por monstros e, de quebra, com seu tão querido master assassinado na sala do trono. Que horror, não é mesmo?
E é justamente isso que acontece com nossas protagonistas, as irmãs Kirika e Masha. Contudo, como costuma ser nesses casos, nem tudo está perdido! O mestre, um camarada chamado Maxim, consegue renascer das cinzas como uma caveira flamejante que anseia por vingança e, se possível por favor, recuperar seu corpo. E é nessa que começa nossa aventura, com as duas irmãs e o (quase) morto muito louco andando por todo o reino em busca das partes para tornar o lorde demoníaco completo outra vez.
A narrativa de Gal Guardians: Servants of the Dark é bem simples, dando uma contextualização para a ação e um objetivo claro para seguirmos. Além disso, ele foca bastante na relação entre as irmãs e de ambas com seu senhor Maxim. Contudo, não achei nada profundo o suficiente para engajar, nem divertido o suficiente para me cativar ou fazer rir. É algo que existe para dar um sentido à ação, mas creio que não vai muito além disso.

Jogabilidade
Em sua essência, Gal Guardians: Servants of the Dark é um metroidvania de ação 2D no qual controlamos duas personagens, solo ou cooperativo, enquanto exploramos diversos cenários, pulamos de um lado para o outro, subimos de nível, conseguimos novas habilidades de movimentação e combate e, por fim, quebramos a cara de um monte de monstros e chefes.
Em se tratando de movimentação, ambas as irmãs possuem opções de corridas, pulos, esquivas, e tudo mais que já esperamos do gênero. Além disso, o título conta com a possibilidade de gastarmos ossos ganhos ao derrotar inimigos para comprar mais habilidades do tipo, aumentando nossas opções e quebrando completamente a progressão de certas partes do jogo. Ainda que seja legal poder fazê-lo, para quem tiver interesse, isso acaba por tirar um pouco da diversão de alguns momentos do jogo e tornar outros um pouco confusos demais.
Em se tratando de combate, cada heroína de Gal Guardians: Servants of the Dark possui seu próprio estilo de luta. Kirika, por exemplo, usa uma metralhadora (que precisa ser recarregada) para poder atacar a distância e uma espingarda para perto. Já Masha pode atacar muito bem inimigos em curta distância enquanto usa espinhos para acertar os mais distantes.
Essa dinâmica é bem divertida, e a diferença entre as duas protagonistas (além de saber a hora de fazer cada uma brilhar) é um dos pontos altos do jogo em minha opinião. Além disso, também podemos jogar com outra pessoa localmente, com um controlando Kirika e outro comandando Masha. Essa é uma opção bem interessante que cai feito uma luva no título

Além de suas armas exclusivas, as irmãs de Gal Guardians: Servants of the Dark também podem utilizar uma série de sub-armas e equipamentos para conferir efeitos específicos, tal como lançar facas, bombas e por aí vai. Alguns, inclusive, também são necessários para avançar em alguns momentos embora o jogo nem sempre explique isso direito.
Isso até que é bem legal, mas o problema ocorre quando começamos a receber muitas sub-armas repetidas (ainda que tenham atributos diferentes) e acabamos com o inventário cheio e sem saber direito o que usar, ou onde. Além disso, a interface não é muito intuitiva e acaba deixando esses momentos bem mais frustrantes do que deveriam ser.
Por fim, eu também achei o mapa de Gal Guardians: Servants of the Dark complexo de navegar, em alguns momentos, e de entender. Não é fácil sacar onde estamos e como as coisas se conectam, além do fato de que a viagem rápida do jogo também não ajuda muito. Podemos ir de pontos de salvamento até o castelo, mais locais mais afastados no mapa precisam de um NPC específico que nem sempre está bem localizado.

Sons e Visuais
De uma maneira geral, eu achei o departamento visual de Gal Guardians: Servants of the Dark um pouco agridoce. Por um lado, eu curti bastante o ar colorido de várias coisas e o design de alguns personagens e chefes. Contudo, por outro eu senti que os cenários não tem muita vida, as sprites me pareceram um tanto quanto borradas e o jogo não consegue realizar todo seu potencial.
O mesmo vale para o setor sonoro, que conta com algumas músicas legais que não conseguem se gravar em nossas mentes. Além disso, alguns personagens possuem umas vozes bem complicadas de se escutar. É o caso da animada Masha, por exemplo. Mas, ao menos, temos nossas legendas.

Vale a pena jogar Gal Guardians: Servants of the Dark?
Gal Guardians: Servants of the Dark, leitores e leitoras, acabou sendo uma experiência mista para mim. Admito que fiquei bem na expectativa por conta das promessas dos metroids e vanias, além das opções de usar duas personagens e poder jogar com meus amigos imaginários, mas o produto final acabou sendo um pouco diferente do que pensava.
Eu até curti a ideia de podermos fazer upgrades em nossas habilidades de mobilidade logo de cara, além de termos duas protagonistas com estilos de jogo distintos e a oportunidade de coop. Contudo, o mapa difícil de entender, a forma que o jogo racha dependendo das habilidades que compramos, a interface confusa, alguns cenários chatos de explorar e as dificuldades de viajar rápido pelas telas em que passamos acabou por tirar um pouco do brilho dos meus olhos.
Sendo assim, Gal Guardians: Servants of the Dark acaba sendo uma experiência que poderia ter sido muito mais agradável do que realmente foi. Se por um lado o jogo oferece boas opções, por outro ele deixa muito em aberto e não capitaliza em cima de suas forças. Por isso, ele até pode agradar aos apreciadores do gênero, mas será preciso ter um pouco de leniência para realmente querer acompanhar a jornada das duas irmãs.
Gal Guardians: Servants of the Dark foi lançado no dia 27 de março para PC, via Steam, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela PQube.
Gal Guardians: Servants of the Dark
BRL 88,99Prós
- Legendado em português
- É legal poder trocar de personagem em tempo real
- Possui coop local
Contras
- O mapa é bem ruim de usar
- Interface confusa torna o simples ato de equipar subarmas algo mais complexo do que deveria ser
- Poucas opções para viajar entre telas que já visitamos com facilidade
- Alguns cenários são bem enjoados de explorar
- As sprites das personagens são um pouco borradas demais


