Ghost of Tsushima | Review
Um dos títulos mais aguardados pela comunidade PlayStation em 2020, Ghost of Tsushima, desenvolvido pela Sucker Punch, foi anunciado na Paris Games Week, em 2017, e certamente atraiu a atenção dos jogadores por conta de seus belos gráficos e história com pano de fundo oriental, repleto de samurais e lutas de espadas. No entanto, desde o anúncio, o hype ficou ainda maior. A cada trailer ou notícia divulgada, mais detalhes do jogo e da trama de Jin Sakai eram trazidos à tona. Agora, o mistério teve fim. Com o lançamento agendado para a próxima sexta-feira, 17 de julho, nós já nos aventuramos por Tsushima e temos muito o que falar sobre o game.
E, para fazer essa review, além de jogar bastante, concluir todas as missões e, por fim abrir todo o mapa, precisei ir fundo nos aspectos históricos e estéticos do game. Além disso, maratonei diversos filmes de Akira Kurosawa que, como foi dito em entrevistas pelos desenvolvedores, foi uma das grandes inspirações do game. Inclusive fiz uma lista especial com 7 filmes para serem vistos antes de jogar Ghost of Tsushima. Confesso que, além de mais apaixonado pelo jogo, tal aventura me fez conhecer um pouco mais da cultura japonesa.
Sem mais delongas, foi com muito prazer que tivemos a oportunidade de jogar Ghost of Tsushima antecipadamente e, a partir de agora, você saberá de tudo o que podemos contar sobre o tão aguardado título da Sucker Punch, que chega como forte candidato a jogo do ano.
Onde tudo começa: a invasão de Tsushima
Antes de iniciar a análise, é importante ressaltar que o pano de fundo de Ghost of Tsushima tem um quê de real, e eu explico. O game situa-se no ano de 1274, durante o período do Xogunato Kamakura, na Ilha de Tsushima, lugar real que fica entre a atual Coréia do Sul e o Japão. Neste período, aconteceu a primeira invasão Mongol ao Japão, comandada por Kublai Khan, que já havia estabelecido uma dinastia na China e, posteriormente, conquistado a Coréia. Dando sequência ao seu plano de expansão, Tsushima era o próximo destino antes de chegar à ilha principal. Contudo, o Khan tentou negociar com o imperador Go-Uda, encorajando-o a submeter o reino japonês ao regime mongol.
Contudo, já esperando que o imperador fosse recusar as propostas, o Grande Khan montou uma frota de invasão e seguiu em direção à Tsushima. Vale ressaltar que a ilha é um local estratégico tanto para defesa, quanto para questões mercantes do império nipônico. Por fim, no dia 5 de outubro daquele ano, as tropas mongóis desembarcaram na praia de Komodahama, derrotando facilmente o governador local e sua cavalaria e, assim, conquistando a ilha e massacrando sua população.
A história de Ghost of Tsushima
Com o pano de fundo citado acima, inicia-se a jornada do game. Ao se ver sem opções em meio a uma ilha devastada pelos inimigos, Jin Sakai, protagonista do jogo, se vê em uma situação delicada, tendo de adequar suas táticas de acordo com as necessidades de salvar o povo da ilha. Essa questão vai ficando cada vez mais explícita ao longo do jogo, que mostra de forma muito marcante a quebra da tradição seguida pelo até então samurai. Como se sabe, o código seguido por esses lendários guerreiros preza pelo combate leal entre dois indivíduos, seja com a espada ou com o arco.
Ao analisar de forma histórica, é possível que alguns samurais tenham se adaptado ao método mongol, descartando o combate individual, mesmo que isso fosse contra o código. E Jin se vê obrigado a ser um deles, se vendo em um conflito pessoal que coloca todo o seu aprendizado ao longo da vida em cheque.
É interessante perceber que Ghost of Tsushima conta com um pano de fundo incrível, realmente nos dando a sensação de estar no Japão do século XIII. E isso foi feito graças ao trabalho da desenvolvedora, que além de imergir no cinema samurai do lendário diretor Akira Kurosawa (e ter a aprovação da família do cineasta), foi ao Japão conhecer mais detalhes para compor o jogo. Mas, o que mais surpreende de forma geral são as questões vividas por Jin, sendo essa a parte mais brilhante da narrativa. No entanto, não espere uma réplica de seus filmes, pois o diretor é só uma das várias inspirações do jogo.
É impressionante a imersão obtida ao longo das 24 missões da Jornada do Jin; dos 7 Contos Místicos, que colocam o jogador em meio a lendas de heróis e divindades contadas por lindas animações; ou dos 51 Contos de Tsushima, onde você ajuda o povo da ilha e alguns personagens secundários, criando laços, conhecendo histórias paralelas e, assim, aprofundando ainda mais a bela narrativa.
Todavia, não irei me delongar em maiores detalhes justamente para não dar nenhum spoiler. O que posso dizer é que o jogo basicamente se inicia na invasão da ilha, onde Jin, lorde Shimura, seu tio, e outros 78 samurais se veem contra um grande exército, liderado pelo fictício Khotun Kahn. O “vilão”, nada mais, nada menos, é primo de Kublai Khan e neto de Gengis Khan, líder considerado por muitos como o maior conquistador da história da humanidade.
Khotun, personagem bem desenvolvido ao longo do enredo, apresenta aos residentes da ilha que fez o dever de casa e que aprendeu a língua, tradição, crenças e todos os pontos cruciais da ilha que devem ser tomados ou destruídos. Por fim, a batalha se encerra e os samurais são massacrados, tal como na vida real. No entanto, Jin é salvo por uma ladra, Yuna, que o coloca de volta ao jogo e seu tio, principal liderança da ilha, é capturado pelo Khan.
De uma forma geral, o jogo me tocou demais por trabalhar muito bem com detalhes da história e da parte humana de uma guerra. Questões como honra, legado e família são constantemente citadas, e a trama de Jin, o Fantasma de Tsushima, se transforma de uma maneira gradativa e natural, em meio aos acontecimentos e flashbacks. Outro detalhe extremamente bem pensado é a sensação de guerra que é possível de se perceber ao longo de toda a ilha. Corpos espalhados, vilas destroçadas, incêndios, acampamentos inimigos, tudo isso pode ser visto, trazendo a sensação do horror vivido em uma ilha dominada por implacáveis inimigos.
O território de Ghost of Tsushima
A belíssima ilha de Tsushima é dividia em três partes: Izuhara, que se situa na região sul; Toyotama, na região central e Kamiagata, mais ao norte. Cada uma conta com um tipo de vegetação específico, indo de florestas densas a montanhas cobertas de neve. Como já foi possível de se perceber pelos trailers e notícias, todo o extenso território presente no jogo foi muito bem elaborado, contando com uma qualidade gráfica absurda, sobretudo no que diz respeito à iluminação. Isso fica mais evidente com os dias e noites passando e a variedade de climas e biomas percebidos ao longo da jogatina. De chuvas torrenciais a nevoeiros, Tsushima é recriada com um dos melhores gráficos desta geração, trazendo uma riqueza de detalhes e cores que até mesmo Kurosawa se impressionaria. Aliás, diga-se de passagem, o jogo é uma baita homenagem ao lendário cineasta.
Ao longo da ilha, é impressionante perceber a quantidade de coisas que podem ser feitas ao se focar na exploração. Você poderá encontrar:
- 18 Fontes Termais: momentos onde Jin reflete sobre temas que podem ser escolhidos e que aumentam um pouco a barra de vida.
- 16 Desafios do Bambu: que consistem em desafios feitos ao apertar sequências de botões, que dão pontos de determinação, essenciais para golpes especiais.
- 16 Santuários xintoístas, o “Caminho dos Kamis”: cedem amuletos com bônus variados e madeira de charão, item raro.
- 8 Faróis: que dão esperança ao povo e fortalecem lenda do Fantasma.
- 5 Duelos com os Chapéus de Palha: que fazem parte de um dos Contos Místicos.
- 19 Haikus: momentos de reflexão onde o personagem escreve pequenos poemas e que liberam bandanas.
- 49 Santuários de Inari: liberam espaço para amuletos e que também cedem alguns amuletos.
- 23 Pilares da Honra: onde é possível encontrar kits estéticos de espadas.
Além disso, tal como em outros jogos de mundo aberto, você poderá tomar acampamentos e fortes inimigos escolhendo a melhor maneira de abordá-los, seja sorrateiramente ou por meio de confronto direto com vários guerreiros inimigos. Porém, diferentemente de outros jogos, esse tipo de abordagem não se torna repetitiva, sendo cada vez mais difícil encurralar os inimigos ao longo do mapa. Aliás, tive a sensação de que, quanto mais ao norte chegamos, mais intensas as batalhas ficam, com mongóis cada vez mais bem equipados.
As técnicas: o Lenda do Fantasma
Ao longo do jogo, o personagem poderá aprender diversas habilidades e golpes, algo que é naturalmente introduzido pela própria narrativa, de forma gradativa e bem explicada. No entanto, algumas dessas novas técnicas só serão aprendidas por meio de missões secundárias. Portanto, vai do desejo de cada jogador a melhor maneira de conduzir Jin pela história, ao construir a Lenda do Fantasma, criativo sistema de níveis do jogo que permite escolher quais pontos do personagem melhorar.
As Técnicas de Samurai envolvem especificamente o que pode ser feito com a katana, tal como evasão e aparo de golpes, artes de combate lendárias e habilidades de exploração por meio do Vento Guia que, como o próprio nome diz, nos mostra, na maior parte do tempo, para onde ir.
- Samurai:
- Deflexão,
- Evasão,
- Mítica (artes de combate lendárias),
- Exploração.
Já as quatro Posturas facilitam bastante a vida do Fantasma ao lidar com diferentes tipos de inimigos. Ao serem desbloqueadas, algo feito ao matar inimigos específicos, cada uma abre quatro técnicas para lidar com espadachins, escudeiros, lanceiros e brutamontes.
- Posturas:
- Pedra: usada contra espadachins,
- Água: usada contra escudeiros,
- Vento: usada contra lanceiros,
- Lua: usada contra brutamontes.
Por último, mas não menos importante, encontram-se as habilidades Fantasmas, que saem completamente do caminho do samurai. Elas são focadas em Armas Fantasmas como kunais e bombas. Já as Táticas Evolutivas focam em recuperação de vida, aumento de concentração no tiro com arco, confrontos e assassinato.
- Fantasmas:
- Armas Fantasmas,
- Táticas Evolutivas.
Ao observar a variedade de habilidades propostas pelo jogo, é possível escolher o estilo que mais se adeque à sua gameplay, que pode ser mais sorrateira ou totalmente focada em combates frente a frente. No entanto, o melhor caminho é saber articular entre os estilos, pois em muitos momentos o combate com grandes grupos é inevitável.
É interessante de se perceber através da jogabilidade o quão marcada a transformação da narrativa do Jin samurai para o Fantasma de Tsushima é feita. Para alguns, pode parecer algo banal, mas isso faz todo o sentido ao ser ligado com a história do jogo, onde o protagonista se vê obrigado a tomar medidas drásticas para salvar seu povo.
Jogabilidade
Talvez o ponto mais divertido do game, a jogabilidade é viciante. Ao mesmo tempo, é simples, apresentando comandos como ataque forte e ataque normal, esquiva e defesa, mas sem apresentar a dificuldade exagerada do estilo souls like. Porém, graças às técnicas citadas acima, o Fantasma é altamente capacitado para destruir os inimigos. E quando elas são colocadas em prática, surpreendem pela variedade de formas de ataque e defesa. A cada ponto aprimorado, fica mais gostoso jogar. Consequentemente, o jogador vai se adaptando às possibilidades. As posturas agilizam o combate e permitem variações interessantes.
Assim, os combates, desde o início do jogo, fluem de uma tal maneira que, ao longo da aventura, ficam cada vez mais desafiadores, com inimigos gradativamente mais bem preparados. E eles sabem que precisam estar à altura, pois o Fantasma de Tsushima pode aparecer a qualquer momento, seja pelas sombras, sorrateiramente assassinando um por um; com tiros de arco fatais; ou chamando os inimigos para um confronto à moda samurai, que lembram impasses de filmes de faroeste, mas com espadas.
Outro detalhe legal do jogo são os duelos ocorridos em momentos específicos, que tomam uma perspectiva diferente da jogabilidade normal, sobretudo ao limitar o uso de outras armas. Ou seja, por mais que o protagonista mude seu jeito de encarar as coisas, neste ponto ele mantém a tradição samurai e o respeito aos rivais ao usar apenas sua katana. Honestamente, esse é o ponto mais difícil do game e, ainda assim, é muito bom. Os movimentos fluem bem, a fotografia de cada luta é simplesmente sensacional. Concluindo esta parte, se tem um aspecto que acho essencial para que Ghost of Tshushima não se tornar repetitivo é a jogabilidade. E nisso o jogo se sustenta muito bem.
Gráficos incríveis e trilha sonora brilhante
Um dos pontos que mais chamou atenção dos jogadores ao longo dos trailers de Ghost of Tsushima, sem sombra de dúvidas foram os gráficos. Tanto a beleza dos vastos campos floridos, como a qualidade gráfica das batalhas e expressões dos personagens foram pontos marcantes e que aumentaram ainda mais o hype sobre o título.
Além disso, para os fãs dos filmes clássicos de samurai, o jogo oferece uma câmera especial, intitulada “Modo Kurosawa”. Nela, é possível ver Tsushima tal como nos filmes do aclamado cineasta: em preto e branco e com uma espécie de efeito no som, para ficar parecido com os filmes antigos. Esse é um ponto básico, é verdade, mas também é uma homenagem bacana e, mais do que isso, mostra (mais uma vez) as inspirações da equipe para a elaboração do jogo e da fotografia nas cutscenes, que são maravilhosas. Aliás, uma coisa é certa: o jogo pode ser considerado como um dos mais belos dessa geração, trazendo uma riqueza gráfica que impressiona.
Outro ponto que merece ser mencionado, é a brilhante trilha sonora do jogo, criada por Ilan Eshkeri e Shigeru “Ume” Umebayashi. Tal como os filmes de samurai, ela dita o ritmo de cada momento com uma naturalidade impressionante. Aliás, ela nos deixa tão imersos que, ao mudar das batidas, você já sabe, por exemplo, da presença de inimigos pelas redondezas ou de algum altar para Inari. E é incrível perceber como tal aspecto, além de dar profundidade e emoção para a história, se torna algo tão natural e, consequentemente, útil ao longo da jogatina.
No entanto, ainda sobre a questão sonora e a imersão, a divina dublagem em japonês merece ser exaltada aqui. Particularmente, me apaixonei ainda mais no jogo por conta desse detalhe que, a meu ver, é extremamente imersivo. No entanto, vale lembrar que o jogo também conta com dublagem e legendas em português brasileiro.
Itens colecionáveis, cosméticos e trajes
Outro detalhe cada vez mais explorado em jogos de mundo aberto são os variados itens colecionáveis que ficam distribuídos por todo o mapa. E em Ghost of Tshushima não é diferente. Artefatos como Bandeiras Sashimono, achadas em todo o mapa e que contam mais sobre a história de vários clãs da ilha; Registros, que trazem pequenos complementos à narrativa; Artefatos mongóis, que são diferentes peças encontradas pelos acampamentos inimigos; e Grilos canoros, que geralmente são encontrados em cemitérios e ajudam a liberar novas músicas para Jin tocar em sua flauta.
Além disso, o jogo proporciona 59 itens cosméticos, que embelezam e customizam a aparência do protagonista através de máscaras, bandanas, skins de trajes, katanas e arcos, chapéus, elmos e outras coisas. Esses itens podem ser adquiridos de várias formas, seja por missões, haikus, ou simplesmente sendo encontrados pelo mapa em localizações como os Pilares de Honra ou outros pontos escondidos ao longo da ilha. Certamente não deve ser simples platinar o jogo, mesmo usando o Traje do Viajante, que auxilia na busca dos colecionáveis. Para se ter uma dimensão, ao zerar totalmente as missões do mapa, ainda não consegui todos os colecionáveis. Sendo assim, esteja preparado para explorar (e use o Traje do Viajante)!
Por fim, o título oferece uma variedade de trajes que podem ser equipadas de acordo com o gosto do jogador. Ou seja, a coisa vai além da armadura de samurai. Para se ter ideia, até agora, foi possível observar 11 vestimentas diferentes que contam com suas particularidades como aumento de vida, redução de danos, redução da velocidade de detecção pelo inimigo, maiores chances de aterrorizar os inimigos, etc. Esses detalhes devem ser levados em consideração juntamente com o estilo de jogo adotado, sendo mais um ponto importante, indo muito além da questão estética.
Vale a pena comprar Ghost of Tsushima?
Ao imergir em uma cultura tão rica como a japonesa, indo para uma Tsushima virtual do século XIII, me vi completamente encantado com tudo ao meu redor. As questões de legado, família e guerra são tratadas de uma maneira belíssima no jogo, que é tão interessante, que te faz ter vontade de jogar os outros contos e a explorar tudo o que a ilha e seu povo podem oferecer, ainda mais depois de ter concluído a história principal. Ghost of Tsushima é um título prazeroso de se jogar, mesclando momentos de combates intensos com momentos de calmaria e reflexão, sendo também um jogo em que se pode contemplar as coisas ao seu redor.
Seus gráficos estonteantes e trilha sonora espetacularmente bem feita são pontos louváveis e que vão ficar marcados na história dos jogos. E, tudo isso somado consegue nos trazer diversas sensações. Em alguns momentos, você se pega admirando a paisagem, tirando fotos e analisando detalhes em todos os cantos. Em outros, você se vê encarando uma horda de inimigos, usando todas as armas disponíveis para derrubar cada um deles. Ouso dizer que a estética do jogo busca trazer uma beleza nipônica em meio à barbárie do jogo, algo que a desenvolvedora colocou em prática de maneira muito eficaz.
O jogo certamente é um dos maiores lançamentos de 2020 e estará entre os concorrentes a Jogo do Ano. Sobretudo por ter uma narrativa forte, sem abrir mão de diversos temas importantes como a invasão japonesa e a transformação de Jin e todo o povo de Tsushima; gameplay divertida, que agradará a boa parte dos jogadores; e a questão gráfica, cada vez mais importante no mercado atual. Sendo assim, recomendo Ghost of Tsushima para todos, desde os jogadores casuais aos fãs da riquíssima cultura oriental.
Por fim, dentre as várias coisas que aprendi ao longo de mais de 50 horas (infelizmente, o jogo não nos mostra o tempo jogado) de gameplay em Ghost of Tsushima, sem dúvidas a mais marcante é: se alguém lhe disser que vai mudar as coisas, não duvide. Sobretudo se essa pessoa for Jin Sakai e portar uma katana…
*Review elaborada no PlayStation 4 Pro, com código fornecido pela Sony.