Kingdom Come: Deliverance II | Review
Kingdom Come: Deliverance II é um RPG de mundo aberto, ambientado na europa medieval do século XV, desenvolvido pela Warhorse Studios e publicado pela PLAION. Nele, acompanhamos as aventuras do jovem Henry of Skalitz diretamente após os eventos do primeiro jogo. Agora, sua missão é acompanhar seu amigo e lorde Hans Capon em uma missão diplomática. Fácil, fácil, não é mesmo?
E aí, será que vale a pena encarar a missão? É o que veremos agora, em mais uma análise galopante do Pizza Fria!
Voltando para a época dos cavaleiros
Finalmente, leitores e leitoras! Um homem se dizendo um cavaleiro medieval acabou de deixar uma cópia de Kingdom Come: Deliverance II na porta de minha casa, sinalizando que é tempo de vermos a continuação de um jogo que realmente me conquistou. Após me falar algumas palavras em tcheco, o que certamente não entendi, ele esporou seu belo alazão e saiu cavalgando em direção ao por do sol.
E que dia para se estar vivo! Como falei em minha review do primeiro título, eu sempre gostei de sua premissa e da forma que tentava entregar uma experiência um pouco mais realista, baseada na realidade da Bohemia do século XV e no que um aventureiro da época poderia vivenciar. Claro, dadas as liberdades necessárias para que pudéssemos ser grandes cavaleiros, e não camponeses que tinham uma vida curta e penosa.
Apesar de alguns tropeços e escolhas que dificultavam a experiência, como o sistema de salvamento, eu realmente curti o jogo e me perdi por horas e mais horas em seu mundo, enquanto acompanhava as presepadas de Henry enquanto buscava seu lugar no mundo. Agora estamos com a continuação em mãos, e nos resta a pergunta: será que deu bom? É o que descobriremos agora, lords e ladies.

História
Kingdom Come: Deliverance II começa logo após o fim do primeiro jogo, com Henry e Hans Capon saindo em viagem para entregar uma correspondência muito importante ao lorde Otto von Bergow, senhor do castelo de Trosky. Bem simples, não é mesmo? Portanto, fico feliz em dizer que a viagem foi muito tranquila, cheia de belas vistas, sorrisos e brincadeiras. Quem dera, não é mesmo?
Uma série de acontecimentos, que deixarei no ar para aguçar sua curiosidade, farão com que Henry e Hans se envolvam em uma aventura ainda mais perigosa e épica do que jamais poderiam imaginar. Além disso, velhos inimigos também darão suas caras e nosso jovem herói, finalmente, terá a oportunidade de dar uma conclusão a sua missão pessoal iniciada após o massacre de Skalitz.
Ainda que eu tenha sido um pouco nebuloso, falo com tranquilidade que a trama de Kingdom Come: Deliverance II é excelente. Além de uma série de personagens cativantes, e um cenário maravilhosamente bem construído, Henry segue sendo um cara bem legal de se conviver. Além disso, sua amizade com o jovem lorde Hans é algo muito divertido de acompanhar, seja nos bons momentos ou quanto o bicho pega para valer.
Além disso, tanto as missões principais quanto as secundárias são ótimas, envolvendo bons personagens com suas próprias histórias e tribulações. Isso, junto da atenção aos detalhes de época, faz com que o jogo consiga transportar o jogador diretamente ao século XV sem nenhum problema, além de iniciar a curiosidade de descobrir como os locais históricos que exploramos estão atualmente. A atenção aos detalhes é impressionante, e realmente sinto que é algo que não vemos com frequência nem em jogos com essa proposta.

Gameplay
Kingdom Come: Deliverance II é um RPG de mundo aberto em primeiro pessoa, no qual exploramos um mapa de tamanho considerável enquanto realizamos missões primárias e secundárias para um monte de gente. Podemos lutar, roubar, fazer poções, ser ferreiro, cavalgar, amar, jogar dados e, até, fazer carinho em nosso cachorro! Entre muitas outras coisas que deixarei de surpresa para vocês.
Tudo que fazemos durante o jogo contribui para que Henry se torne um cara ainda mais arretado. Nosso herói possui uma série de perícias que melhoram conforme vamos jogando, tal qual no primeiro título, e nos conferem boas habilidades ao longo do caminho. Quer ser um alquimista melhor? Faça poções! Quer lutar bem com uma espada? Oras, saque a sua e saia tretando com geral. Temos tanto para aprender, e tantas opções, que raramente estaremos sem aquela bela notificação de level up aparecendo.
Essa é uma das coisas que Kingdom Come: Deliverance II melhorou muito nas mecânicas da série, visto que é muito mais simples melhorar tudo que é relacionado a um tipo de conhecimento específico. Por exemplo, temos uma árvore de sobrevivência que engloba o que, antigamente, eram duas ou três perícias sozinhas. Além disso, temos outras novidades que refletem essa nova fase da vida de Henry. Por exemplo, ele já começa alfabetizado. Logo, ao invés de aprender e melhorar a leitura, aprimoramos seu academicismo.
Vocês vão me ver comparando muito o jogo com seu antecessor, mas isso é propositado queridos leitores e leitoras. Porque, devo admitir, fazia tempos que não via uma sequência melhorar tanto sobre as fundações de seu antecessor, e ainda mais enquanto adiciona novidades e deixa a fórmula ainda mais refinada e aprimorada.

Vejam o combate, por exemplo. Seguimos com a mecânica na qual selecionamos um lado para poder atacar, podendo seguir ou não com o golpe dependendo se usamos uma finta ou não. Agora, podemos escolher dentre quatro direções, temos um sistema de aparo e contra-ataque bem legal e, no geral, é bem mais responsivo e rápido. Novatos não sofrerão tanto quanto os velhos de guerra, que por sua vez acharam tudo mais moderno e bem mais funcional.
E, ainda, contamos com uma seleção de armas expandida. Fora as espadas, maças, lanças e afins, agora também temos bestas e, até, armas de fogo! Bom, ao menos a versão da época. Elas são bem lentas e com baixa precisão, mas um tiro bem dado consegue deitar até o guerreiro mais poderoso. Essa foi uma adição bem legal e, pelo que li, até que fiel ao que havia na época. Canhões de mão, acredito que eram chamadas.
Do lado das artes e crafts, Kingdom Come: Deliverance II permite tanto a alquimia, que retorna em sua forma melhorada, quanto a ferraria. O que é bem legal, visto que Henry é um filho de ferreiro que, até então, nunca tinha exercido a profissão. Ambas são muito boas para passar o tempo, ajudam a conseguir vantagens e equipamentos poderosos e, de quebra, são uma excelente fonte de renda. Faça suas poções de cura, suba de nível, venda e seja feliz!
Ambas possuem suas próprias mecânicas que, se seguidas de maneira adequada, geram resultados ainda mais generosos para o jogador. Por exemplo, fazer uma espada vai desde aquecer o ferro até martelar para que ele tome a forma da arma que queremos. Para poções, fazemos misturas malucas e aquecemos em nosso caldeirão. Admito que passei horas nisso, e nunca deixou de ser divertido

Por fim, queria falar mais do mundo de Kingdom Come: Deliverance II. Ele está realmente vivo, e não foi nada difícil me transportar (mentalmente) para aquele lugar. Parece, realmente, que Henry faz parte de um universo que existe separado dele, e não para poder ser apenas o lugar no qual temos nossas aventuras e lançamos nossas modas. Isso, em muito, vem da atenção que a desenvolvedora teve aos detalhes históricos da época.
Além disso, a inteligência artificial e as mecânicas de sobrevivência do jogo andam de mãos dadas de uma forma que não vemos sempre por aí. Querem um exemplo? Após alguns dias lutando com bandidos na floresta, fui até uma cidade comprar equipamentos e vender o que tinha conseguido. Vários aldeões diziam que meu personagem fedia e estava todo quebrado, e que eu precisava de me cuidar mais. Não dei atenção e resolvi voltar para os campos de bandidos, me esgueirando na noite. Um deles sentiu o cheiro ruim de Henry, e me acertou uma flechada bem no traseiro. Fascinante, não é mesmo?
Em outra oportunidade, entrei na casa de certo comerciante para pegar algumas coisas emprestadas. Sem pedir, claro. Ocorreu que ele me viu entrando e, um dias após sair da cidade, percebi que eu tinha recebido ordem de prisão por lá. Porque, descobri lendo as dicas do menu de carregamento, o tal vendedor notou que faltava algo em seu baú e me denunciou para a guarda.
Esses são apenas alguns dos pontos que realmente fazem Kingdom Come: Deliverance II se destacar das massas, e que me deixaram tão empolgado em jogar. São tantas mecânicas, e tanta coisa, que não há como não ficar de queixo caído. Salvo um começo um pouco difícil, e algumas missões arrastadas aqui e ali, toda a jogabilidade é uma joia rara.

Gráficos e Sons
Kingdom Come: Deliverance II tem um mundo lindo que, baseado em pesquisas que fiz na internet (visto que a viagem é muito cara), realmente se parece com os lugares reais nos quais o jogo se passa. Além disso, tudo é muito bonito, populado e, pelo que me parece ao menos, digno o suficiente para nos fazer sentir em uma idade medieval. Particularmente nunca fui ao século XV, visto que meu DeLoreans quebrou, mas acredito que veria muito do que apareceu para mim enquanto jogava.
Também vale dizer que aqueles que jogaram o primeiro título vão notar uma melhoria significativa nos modelos de personagens e armas que estão retornando. Henry, por exemplo, está muito mais parecido com seu dublador e, sem dúvidas, bem mais alinhado com o que esperamos de um cara que passou por tudo que ele passou durante suas aventuras anteriores.
A trilha sonora e vozes seguem o mesmo patamar, com uma grande direção e uma coletânea de canções que, realmente, nos deixam ambientados e felizes de ouvir. Algumas delas, inclusive, se tornarão membros permanentes de minhas playlists de aniversário. E estou falando sério, podem vir aqui me cobrar depois de verem por si mesmos.

Vale a pena comprar Kingdom Come: Deliverance II?
Vou ser sincero, leitores e leitoras. Sou um fã declarado de Kingdom Come: Deliverance, o que me faz jogar com um certo viés em mente. Contudo, também instalei o jogo em minha velha carroça com altíssimas expectativas que, como costuma ser na vida do brasileiro médio, eu não tinha lá muito esperança de que seriam alcançadas. Mas, amigos e amigas, como eu errei.
O jogo até tem alguns pontos de melhoria, como bugs ocasionais e um começo um pouco pegado demais. Mas todo é resto é tão bom que, sinceramente, nada disso me importa. Temos uma trama bem legal com personagens carismáticos e cativantes, um mundo vivo e super detalhado, muitas mecânicas divertidas, um monte de coisas para fazer e descobrir, habilidades para melhorar e, até, deixaram mais fácil conseguir nossas schnapps para salvar o jogo. Olha que maravilha!
Reforçando meu ponto anterior, realmente fico feliz de ver como a Warhorse conseguiu capitalizar em cima do que tinha de bom no título anterior, enquanto acertava as arestas, para garantir que Kingdom Come: Deliverance II realmente fosse um jogo para as eras. Admito que me mantive entretido e maravilhado em igual medida durante minhas dezenas de horas na Bohemia, e não vejo a hora de voltar. Agora, só resta uma pergunta, caríssimos e caríssimas: quando será que sai o terceiro?
Kingdom Come: Deliverance II será lançado em 4 de fevereiro de 2025 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S. No PC, o título também pode ser adquirido na Nuuvem, com desconto de 12% em relação ao preço da Steam e Epic Games Store, sendo possível parcelar em até 12x no cartão. O link acima auxilia o Pizza Fria a continuar crescendo!
*Review elaborada em um PC equipado com uma Geforce RTX, com código fornecido pela PLAION.
Kingdom Come: Deliverance II
BRL 262,90Prós
- Um mundo vivo e detalhado, que realmente consegue capturar o jogador
- Aplica melhorias significativas em mecânicas antigas, ao mesmo tempo que adiciona novas na mistura
- Muito conteúdo para explorar, principal e secundário
- O jogo possui muitos detalhes que fazem a diferença, principalmente para a imersão
- Henry e Hans Capon são protagonistas excelentes, além de contar com outros secundários que são tão bons quanto
Contras
- Uma hora acaba, infelizmente