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Riders Republic | Review

Em 2016, a Ubisoft lançou Steep, sua primeira tentativa de entrar no mundo dos esportes radicais. A recepção do jogo foi mediana, alcançando 72 pontos no Metacritic, em sua melhor avaliação. Cinco anos depois, a empresa volta volta a apostar alto, desta vez com Riders Republic, que pega o que havia dado certo no jogo anterior, e aprimora oferecendo elementos de gameplay modernos, além de mais opções de jogos.

Isso se deu, principalmente, porque Riders Republic não é um jogo engessado. É um sandbox, onde é possível fazer muitas coisas dentro da proposta que ele oferece. Ao contrário de Steep, que tinha um foco muito direcionado para os esportes radicais na neve, o novo jogo amplia as opções dos jogadores, e oferece um jogo que, acima de tudo, diverte. Vem ver o que achei em mais uma análise do Pizza Fria!

Adrenalina!

Em 2016, ainda iniciando minha carreira como jornalista de games, tive a oportunidade de testar Steep. Minha principal crítica ao jogo, à época, foi sobre a falta de adrenalina que o jogo tinha. Apesar de ser focado em esportes radicais, faltava o principal no jogo: emoção. Cinco anos depois, com uma pandemia global no meio do caminho, a Ubisoft tirou muitas lições sobre o que deu e o que não deu certo no game para trabalhar e lançar Riders Republic o mais “redondo” possível.

Isso porque o jogo corrige algumas das principais falhas que Steep tinha. Ao contrário do seu antecessor, é um jogo que gera emoção no jogador. Existe uma sensação de velocidade ao descer pelas trilhas montanhosas de bike, ou enquanto voa com wingsuits sobre florestas e paisagens bonitas. E isso tem uma explicação.

Riders Republic
A ambientação de Riders Republic chama muita atenção (Imagem: Divulgação)

A Ubisoft criou o Republic, um evento ao estilo Horizon, da franquia Forza, para transformar a experiência dos jogadores em algo livre, competitivo e divertido. A pegada de jogar Riders Republic é bastante similar à de jogar Forza Horizon 5, guardadas, obviamente, as devidas limitações e restrições de cada franquia. Você pode explorar o belo e vasto mundo criado com diferentes tipos de veículos, que também são usados para competição com outros jogadores.

Então, os Riders somos nós, os jogadores. Pessoas do mundo todo, e de todas as plataformas integradas (o jogo vem com cross-play ativado por padrão!), competindo em disputas insanas, em busca de equipamentos melhores, veículos melhores e, claro, mais diversão. Um acerto em cheio, principalmente porque hoje, quase um mês após o lançamento oficial, os servidores ainda estão cheios e percebe-se uma grande retenção de jogadores no game.

Diferentes formas de se jogar

Riders Republic oferece sete diferentes tipos de veículos, com sub-tipos inclusos em cada um, e diferentes opções de cada veículo que você encontrar. Isso já garante uma enorme base de opções, que vão desde montain bike e ciclismo, passando pelo snowboard e wingsuit, Há ainda veículos para exploração livre, que vão te ajudar a explorar um mapa absolutamente gigante.

Isso porque uma das atrações do jogo foi o fato da Ubisoft juntar algumas das paisagens mais populares dos Estados Unidos e digitalizá-las no game. A empresa montou um mapa gigante com paisagens de locais como Bryce Canyon, Yosemite Valley, Sequoia, Zion, Canyonland, Montanha Mammoth e Grand Teton, que foram recriados e colocados juntos, formando um enorme espaço de esportes a céu aberto.

Riders Republic
Os modos multiplayer de Riders Republic são o ponto alto do jogo (Imagem: Divulgação)

Somado à isso estão diferentes modos de jogo. Há o que foi chamado de “battle royale” no anúncio do jogo, já que é possível correr com mais de 50 usuários no mesmo mapa, mas também é possível fazer uma competição mais intimista, com grupos de amigos. De quebra, ao melhor estilo Tony Hawk, os jogadores podem realizar diferentes manobras, e competir por quem soma mais pontos, além de participar de sessões personalizadas com os amigos.

E isso vem acompanhado de dois diferentes modos de jogo: “Racer” e “Trickster”. Enquanto o primeiro favorece uma automatização na aterrisagem, e é mais focado nas corridas, o segundo estimula os jogadores a pontuarem, e não há auxílio na aterrisagem. Ambos os modos podem ser escolhidos em qualquer momento, e ainda há o Modo Zen, que você pode explorar o mapa como quiser, utilizando viagens rápidas pelo mapa, e sem afetar o progresso.

Audiovisual aquém

Riders Republic é um jogo focado na nova geração de consoles, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, apesar de também contar com versões disponíveis para as gerações passadas. As inovações gráficas, no entanto, parecem não ter chegado ao game, como eu estava esperando.

Não se engane. Isso não quer dizer que Riders Republic seja um jogo feio, ou mal polido. Longe disso! Mas a sensação que tive, ao jogar, é de que faltou aquele algo a mais. Os ambientes são bem desenhados, as pistas são bem definidas, a paisagem é bonita e até mesmo os detalhes estão ali, como pegadas e etc. Mas faltou um pouco mais de capricho principalmente em texturas, que parecem mal acabadas.

Riders Republic
Por outro lado, o visual bonito contrasta com texturas em baixa resolução (Imagem: Divulgação)

O design dos personagens, embora não seja o mais importante, deixa a desejar. A customização do nosso rider, inclusive, peca por não oferecer muitas opções, limitando a personalização para algumas poucas opções de rosto, pelos faciais e cabelos, com variações em diferentes cores.

No entanto, o que mais me chamou atenção, negativamente, foram algumas cutscenes do jogo, que parecem não estarem na mesma resolução do jogo. Eu analisei Riders Republic usando uma TV 4K HDR, e em alguns momentos, tive a nítida sensação de que o game “estica” o vídeo. Isso não ocorre em cenas criadas in-game, que são renderizadas em tempo real, mas sim, com conteúdo gravado. Estranho! E o game também não conta com opções de personalização de qualidade ou fidelidade, rodando no PS5 sempre em 60 FPS.

Vale a pena comprar Riders Republic?

Pontuado tudo isso, chego agora ao meu veredito. Riders Republic, assim como era Steep, é um jogo de nicho, mas que agora foi expandido para muito mais gente, com adições de mais modos de jogo. Então, sim, é um jogo que valeria o investimento do seu tempo! No entanto, me preocupa a forma como a Ubisoft lançou o jogo, com valor cheio, prometendo atualizações regulares de conteúdo, incluindo novos modos multiplayer, eventos ao vivo, desafios semanais e mais.

Acredito que Riders Republic teria um sucesso maior, e alcançaria uma gama muito maior de jogadores, se fosse lançado como um jogo “serviço”, ou seja, gratuito para jogar, mas com a monetização sendo obtida através de passes de jogo, skins e etc. Trata-se de um modelo comum atualmente, em que a própria Ubi já adota em Trackmania e em Brawhalla. Ou talvez um pouco mais barato do que o “a partir de R$ 249,99” em que o título é encontrado, sem promoções.

Além disso, destaco um “passo atrás” que a Ubisoft deu, principalmente em relação ao Brasil. Após lançamentos consecutivos de jogos com dublagem em PT-BR, Riders Republic contém apenas dublagem em inglês e francês, ficando o português restrito ao texto. É suficiente? É. Mas convém deixar registrado que há muito tempo um jogo da companhia não era lançado sem áudios em português.

*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Ubisoft.

Riders Republic

+ R$ 249,99
8

Diversão

9.0/10

Gráficos e Sons

7.0/10

Gameplay

7.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Diferentes modos de jogo
  • Trilha sonora
  • Multiplayer desafiador
  • Muito conteúdo

Contras

  • Cutscenes em baixa resolução
  • Texturas mal acabadas
  • Sem dublagem em PT-BR

Lucas Soares

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS4, PSVR, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem "só" um PS5, um Nintendo Switch e um PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, The Last of Us Part II e Red Dead Redemption 2 completam o Top-5.