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Tinkertown | Review

Tinkertown é um jogo de aventura em mundo aberto, com foco em crafting e exploração, desenvolvido e publicado pela Headup. Nele, somos colocados em mundo mágico, cercado por perigos imensuráveis e maravilhas inigualáveis, enquanto damos nosso melhor para sobreviver aos ataques constantes de monstros, dos elementos e da nossa vontade de sair explorando o mundo no escuro. Só mais um pouquinho sem aquela tocha não vai fazer mal, não é mesmo?

E aí, será que a aventura vale o preço do ingresso? É o que veremos agora, em mais uma análise adorável do Pizza Fria!

Mais capa, menos livro

Ah, não existe nada mais forte do que o chamado da aventura, leitores e leitoras. A vontade de descobrir algo nunca antes descoberto (ou que ninguém ainda sabe que descobriram), de desbravar lugares inóspitos, enfrentar todo tipo de perigo e receber todas as glórias do mundo. É para isso que eu vivo, e essa é minha paixão! Contanto que seja no mundo virtual, claro. De preferência no sofá de minha santa casinha, embaixo das cobertas e tomando um chocolate quente. As boas coisas da vida, não é mesmo?

Imaginem a emoção que me tomou, então, quando algo que me pareceu muito com uma caixa de jogos de Switch disse: ei, parceiro. Tá a fim de explorar um mundo mágico? Mas se se for agora, provável alucinação visual causada pelo isolamento. E foi assim, então, que Tinkertown entrou em minha lista de investimento de horas da vez.

O título não se foca tanto em trama, nos dando uma ideia básica de que caímos em um mundo pronto para ser explorado. Assim como é feito em uma de suas grandes inspirações a meu ver, o bom e velho Terraria, apenas surgimos no universo, fazemos algumas missões introdutórias e saímos pelo mundo afora, sozinhos ou acompanhados, para quebrar todas as árvores, pedras e monstros que estiverem em nosso caminho. Mas, será que é uma boa experiência? Venham comigo e descobriremos agora, amigos e amigas.

Tinkertown
Pega a visão, meu nobre. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

Em sua base, Tinkertown pode ser colocado naquela famosa, e muito trabalhada, categoria dos jogos de mundo aberto com foco na exploração, coleta de recursos e construção de itens e casas. Daquele jeitão que Minecraft tornou famoso, sabem? Contudo, em nosso caso de hoje, diria que uma das maiores inspirações, talvez, tenha sido um adorável joguinho chamado Terraria, com algumas pitadas dos Zeldas da época do Super Nintendo. Nomes poderosos, não é mesmo? Contudo, conforme veremos, essas comparações se limitam nas superfícies mais rasas de cada um deles.

Assim que entramos em um mundo, criado de maneira aleatória e que demora muito para ser gerado e carregar, nos encontramos diante de algumas coisas essenciais que precisamos para sobreviver e de um sábio que nos ensina o básico sobre como criar coisas, coletar, e por aí vai. Como todo bom jogo do gênero, também descobrimos que sair a noite não é legal, e que cada tipo de material precisa de uma ferramenta específica para ser retirado da fonte.

Ainda que tenha um guia, Tinkertown explica suas mecânicas de uma maneira bem leve, por se dizer. Começamos fazendo ferramentas de madeira, depois de pedra, explorando o bioma inicial (que se expande após o fim do tutorial), descobrindo como criar nossa casa e algumas para aldeões, e como funcionam as masmorras. Em tese, nada de novo ou muito complexo. Contudo, a forma com que o jogo trata esses elementos é um tanto quanto diferente.

Por exemplo, todos sabemos que receitas de crafting são necessárias para tudo nessa vida. Alguma conseguimos criando uma bancada de trabalho ou fornalha, outras através de papéis, e por aí vai. Nesse jogo, elas geralmente são liberadas após conseguirmos um item ou outro necessário para criação. Além disso, certos equipamentos não fazem tanto sentido em uma primeira análise. Preciso fazer tecido, portanto pensaria em algo como um tear ou roca. Certo? Na verdade não, leitores e leitoras. Preciso de um manequim de madeira e um pouco de fibra vegetal. Como nunca pensei nisso, não é mesmo?

Tinkertown
Criar nem sempre é tão simples. (Imagem: Divulgação)

Outra coisa um pouco mais difícil que o normal em Tinkertown é o ato de construir, em muito dada a visão de cima para baixo do jogo. Colocar certos elementos, como paredes e pisos, por vezes acaba sendo complicado no pior dos casos, ou nos pregando peças no melhor deles. Levando em conta que certas construções, como as casas para os NPCs (que servem para criar certos itens) precisam seguir uma estrutura muito precisa, isso acaba gerando uma dor de cabeça sem tamanho.

Algo parecido, também, acontece com o combate. As lutas do jogo são bem simples, geralmente se resolvendo através de golpes no inimigo, depois sair do alcance do contra-ataque, depois correr para bater, e por aí vai. Ficar parado batendo, ou tentar alguma outra estratégia mirabolante, raramente dá certo. Ainda, temos que levar em conta as vezes que o jogo se comporta mal ou não registra corretamente os tipos de dano.

Isso me leva ao segundo ponto de contenda com Tinkertown, o jogo possui uma quantidade considerável de bugs. Temos mensagens de coleta com a quantidade de itens erradas, estruturas e fontes de recursos que não somes após destruirmos, uma vez bati na parede de uma casa e a da outra caiu, fiquei sem onde fazer meu cafofo porque o anterior se recusava a desabar, e por aí vai.

Ainda que a experiência de gameplay tenha potencial para ser relaxante e confortável, como por exemplo como saímos pela floresta coletando madeira para fazer uma cama, quando tentamos pescar, quando saímos dando madeiradas na cabeça de goblins malvados ou quando exploramos masmorras, tudo funciona de maneira muito simples, e pouco estável, para realmente nos engajar. Quando funciona, no entanto, o jogo demonstra seu potencial.

Tinkertown
Construindo meu pequeno reino feliz. (Imagem: Divulgação)

Sons e Visuais

Um dos pontos mais fortes de Tinkertown é seu visual, com uma cara pixelizada muito bonita e cores vivas. Esse foi um dos maiores atrativos do jogo para mim, fã do estilo que sou, e realmente ajuda a dar uma cara bem única ao título. Tudo é muito fofo, e ajuda a dar mais aquele ar de relaxamento e tranquilidade que nos acompanha em alguns momentos.

Quanto à trilha sonora, não devo dizer que tenha sido nem empolgado demais e nem de menos. Temos músicas que complementam bem os momentos tranquilos de exploração, e alguns que fazem os combates e exploração das dungeons, geradas aleatoriamente, serem um pouco menos desanimados. Contudo, pontos para a tradução que ficou bem legal.

Tinkertown
Fofíssimos. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Tinkertown?

Bem, leitores e leitoras, devo dizer que Tinkertown não conseguiu acertar muito nos alvos que mirou. Ainda que o título tenha seus momentos de conforto e alegria, uma série de pequenas decisões de design meio estranhas, e outros probleminhas estruturais, impedem o jogo de alcançar todo seu potencial que, sendo sincero, existe aos montes.

Por mais que eu tenha curtido andar pelos diversos biomas, coletando coisas e aproveitando os gráficos fofos, sempre havia algo para me tirar daquela zona de alegria. Sejam os inimigos chatos de enfrentar, as instruções e mecânicas confusas ou os bugs recorrentes, não posso dizer que a experiência tenha sido tão relaxante e divertida quanto eu esperava.

Tinkertown tem potencial para crescer, sem dúvida. As fundações são sólidas, e o jogo possui espaço para melhorias de mecânicas existentes e novas adições futuras. Contudo, tal como está hoje, ele acaba deixando a desejar em alguns quesitos. Se estiver procurando um joguinho de sobrevivência fofo para jogar com a galera, pode ser que agrade. Mas, queridos e queridas, lembrem que precisaram relevar algumas coisinhas.

Tinkertown está disponível para PC, via Steam, desde junho de 2023 e tem o lançamento previsto para Nintendo Switch, Xbox One e Xbox Series X|S em breve.

*Review elaborada no Nintendo Switch com código fornecido pela Headup.

Tinkertown

BRL 52,45
6.8

Gameplay

6.5/10

Gráficos e Sons

7.5/10

Extras

6.5/10

Prós

  • Visual foférrimo
  • É bem relaxante, quando tudo corre bem
  • Legendado em português

Contras

  • Mecânicas confusas e não muito bem explicadas
  • Certas ferramentas e estações de criação não possuem funções e receitas muito claras
  • O combate é raso, muito focado em bater e correr
  • Muitos bugs e pequenos erros
  • Construir é um pouco complicado em alguns momentos, por conta da câmera

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.