The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II | Review
The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II é o mais novo JRPG da prestigiosa linhagem Legend of Heroes a chegar em nosso belo cantinho do mundo. Desenvolvido pela Nihon Falcom em conjunto com a PH3 GmbH, e publicado pela NIS America, Inc., o título aborda a segunda parte da saga de Calvard, iniciada em Trails through Daybreak I.
E aí, será que vale a pena acompanhar essa nova aventura? É o que veremos agora, em mais uma fabulosa review antecipada do Pizza Fria!
Vermelho contra Azul
Estamos aqui novamente, leitores e leitoras deste site lindo e maravilhoso, para fofocar sobre as novas aventuras do spriggan mais competente deste lado das terras virtuais. De fato, já era hora de recebermos a continuação do agradável The Legend of Heroes: Trails through Daybreak aqui por nossas bandas, e fico feliz de ver que cada vez mais títulos exclusivos no Japão estão pingando para nós. Mas apenas em inglês, por enquanto.
The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II cai em nossas vidas com a proposta de continuar a história de Van e sua trupe de ajudantes, além de algumas caras novas, logo após os acontecimentos bombásticos do último jogo. Se bem me recordo, e com base no que meu eu do passado disse, o jogo até que era bem legal, apesar de um ou outro ponto menos adorável.
Um aviso aos navegantes antes de começarmos, contudo. A série Legend of Heroes é enorme, e sua história é bem consistente e conectada. Sendo assim, é possível que um ou outro spoiler dos jogos passados apareça em nossa conversa. Se for o caso, peço para que olhem fixamente para seus monitores enquanto nossa rotina secreta apaga suas memórias para que possam ter todas as surpresas como se fossem da primeira vez. Dito isto, vamos nessa.

História
The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II começa alguns meses depois do final do jogo anterior, após toda a confusão com a mafia Almata, as loucuras de Melchior e todos os perigos enfrentados por nossos heróis. Agora, tudo que resta ao nosso amigo Van Arkride é uma vida de trabalhos fáceis, doces, carros e umas boas e longas sonecas. Não é mesmo.
Infelizmente, como sabemos, alegria de pobre dura pouco. Uma série de assassinatos, causadas por um monstro vermelho faz com que Van precise voltar à ativa, tanto para tentar resolver a situação quanto para evitar que pensem que ele tem algo a ver com essa treta. Além disso, novas caras entram em cena, os Genesis voltam a brilhar e toda a paz conquistada por nossos heróis é colocada em risco.
The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II tem uma trama bem mais frenética e pesada que seu anterior, sem abrir mão de seus personagens bem construídos e da leveza em alguns momentos chave. Além disso, temos o retorno de velhas caras, a continuação de narrativas não terminadas e uma evolução constante de nossos heróis e heroínas.
Além disso, ainda podemos ver aquela recapitulação maneira de todos os eventos da saga até o momento, o que ajuda muito ao jogador que não conhece todas as fofocas ou, como eu, acaba por esquecer uma ou outra. Essa funcionalidade é algo que sempre agradeço, com o único pesar de não podermos ter acesso a ela em português.

Jogabilidade
Em sua forma mais simples, The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II é um JRPG dividido em capítulos com um combate ora em turnos, ora em tempo real. Temos uma boa quantidade de personagens para controlar, missões para realizar, minigames para gastar nosso tempo e uma série de missões principais e secundárias (as 4SPG) para podermos encarar.
O jogo é construído, em boa medida, em cima das bases sólidas do anterior. Por isso, boa parte do que falei se aplica de uma ou outra forma aqui. Contudo, e aí está o proverbial pulo do gato, a desenvolvedora conseguiu pegar todas as mecânicas existentes e melhorar em diversos aspectos, ampliando as capacidades, dando mais liberdade ao jogador e tornando a experiência bem mais refinada.
Por exemplo, antes podíamos usar golpes simples e esquivas no mapa para lutar com inimigos antes de ativarmos o combate em turnos. Agora, além de bater, podemos lançar magias e usar ataques especiais ativados quando conseguimos uma esquiva perfeita. Isso deixa a ação bem mais dinâmica, além de nos permitir ganhar muito mais vantagem na hora que pulamos da treta em tempo real para a tática.
Agora, The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II nos permite utilizar ataques em dupla sempre que iniciamos o combate em turnos após ter atordoado um inimigo durante o tempo real. Assim, fica muito fácil limpar grupos de inimigos com rapidez. Somado ao modo de velocidade alta, a possibilidade de aumentar a força de ataque ao juntarmos com nossos aliados ao atacar, e outras belezinhas, fazer aquele power leveling nunca foi tão fácil.

O sistema de orbments também segue sendo melhorado, principalmente facilitando adicionarmos novos shards e plugins em nossos personagens. Os últimos, responsáveis por magias que podemos vincular ao boneco, agora estão ainda mais fáceis de serem utilizados e podem ser trocados livremente. Isso é essencial, visto que o bom uso de magias se tornou ainda mais importante agora. Contudo, os bons e velhos crafts, nossas habilidades de ataque, continuam sendo essenciais para o combate.
E falando neles, agora podemos utilizar uma seleção ainda maior. O jogo conta com mais de dez personagens, que podem ser colocados e tirados do time quase sempre que o jogador desejar. As combinações são imensas, e podemos tanto manter a formação que utilizamos no primeiro Daybreak quanto aproveitar os novatos que se uniram a Arkride Solutions.
Para fechar essa parte de melhorias, resta dizer que The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II conseguiu resolver boa parte dos pontos negativos de seu antecessor, principalmente em cima de mecânicas novas que foram adicionadas na época. O combate está cada vez melhor, e realmente acho que a união de uma pegada mais Ys com o bom e velho sistema de turnos da série é uma decisão muito acertada.

Mas nem só de melhorias vive The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II. A primeira é um mundo virtual chamado Marchen Garten, ao estilo de Sword Art Online, no qual podemos explorar em busca de recompensas e para liberar novas camadas. Ele é dividido em diferentes fases, nas quais precisamos cumprir alguns objetivos simples para completar. Dentro dela subimos de nível e ganhamos recursos que podem nos render tanto cosméticos quanto itens dos mais variados, de curas até melhorias permanentes de atributos por exemplo. De fato, é um bom investimento de tempo.
Além disso, temos uma mecânica de capítulos divididos e até volta no tempo! Certos momentos da história nos permitirão escolher em que ordem queremos ver os eventos, como em outros títulos da série, escolhendo qual grupo de personagens seguir. Ainda, certas escolhas que tomamos levam à finais ruins, que podem ser consertados usando um Genesis para voltar em certos momentos cruciais. É uma mecânica bem legal, e que não vejo parecido desde meu querido Radiant Historia no 3DS.
Para fechar, temos a volta de minigames! Finalmente poderei gastar o tempo em que poderia estar salvando Calvard pescando, jogando basquete, hackeando coisas ou tirando um carteado com o pessoal. Essa foi uma grande reclamação minha no anterior, e fico contente de ver que The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II conseguiu amenizar esse sofrimento.

Sons e Visuais
Em se tratando de visuais, não notei tantas diferenças em The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II. Claro, temos novos personagens e alguns antigos de roupa trocada, além de mais cenários e melhores resoluções e taxa de quadros no PC. Mas, ainda assim, noto que muita coisa foi reaproveitada do título anterior. Levando em conta o tanto de coisas que tivemos no quesito jogabilidade, é um pouco chato ver que esse departamento tenho sido deixado um pouco de lado.
Já a parte sonora, no entanto, segue chique como sempre. As vozes continuam boas, e temos músicas muito legais para embalar nossas explorações no mundo virtual e digital. Mas, como falei, é uma pena que não tenhamos nossa legenda em português.

Vale a pena jogar The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II?
The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II, leitores e leitoras, me pareceu uma boa forma de mostrar como franquias antigas ainda conseguem se aprimorar com o tempo. O título conseguiu capitalizar em cima de todos os pontos fortes de seu antecessor, os aprimorando, enquanto trabalhava para que os pontos fracos fossem corrigidos.
O resultado é um jogo que tem uma trama legal de acompanhar e com personagens carismáticos, uma boa quantidade de conteúdo, combate responsivo e divertido em suas duas versões, diversas mecânicas, minigames e toda qualidade que a saga The Legend of Heroes tem para oferecer. Ainda que não seja tão evoluído com base no visual, e faltem as legendas, não tenho muito do que reclamar.
No fim das contas, acredito que The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II é uma boa pedida tanto para os apreciadores da saga quanto para aqueles que curtem um bom JRPG, independentemente de terem jogado o título anterior ou não. Agora, resta esperar e torcer para que o último episódio desse arco de Calvard venha para nossos braços.
The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II será lançado no dia 14 de fevereiro para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC, via Steam, Epic Games Store e GOG.com.
*Review elaborada em um PC equipado com uma Geforce RTX, com código fornecido pela NIS America.
The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II
BRL 314,99Prós
- Corrige muitos problemas do título anterior
- Muito conteúdo para explorar
- Combate em tempo real ficou muito mais incorpado e variado
- Garten Marchen foi uma boa adição, tanto pelas mecânicas quanto por seu fator de rejogabilidade
- Temos bons minigames novamente
Contras
- Muito reaproveitamento no departamento visual
- Sem legendas em português