Blade Chimera | Review
Blade Chimera é um metroidvania, abençoados sejam seus pulos duplos, desenvolvido por Team Ladybug e WSS playground e publicado pela PLAYISM e WSS playground. Nele, somos transportados para um futuro nada agradável no qual a humanidade luta para se manter viva, como acontece nesse tipo de situação, em um mundo destruído e lotado de demônios vorazes e nada cordiais.
Quer saber como essa aventura se desenrola? Pegue suas armas e vem conferir de perto mais uma review antecipada do Pizza Fria!
Mais demônios, mais problemas
Aconteceu novamente, leitores e leitoras. Após uma série de raios e trovões, devidamente apresentados com uma baixa contagem de bits, os anjos dos videojogos desceram em toda sua honra pixelizada para me dar uma nova missão. No caso, através da representação virtual do jogo que jogaram em minha cara antes de zarparem de volta para o local mágico de onde vieram. Mais um dia na firma, não é mesmo?
Após questionar se estou bem das ideias, como costumo fazer nesses momentos, parei para ver qual seria nossa diversão da vez. Blade Chimera, se consegui compreender corretamente os caracteres arcanos que li, é um metroidvania que chega com uma proposta interessante de fazer um game puxado para o ocultismo, misturando o futurista e o místico, além de oferecer uma boa quantidade de armas de diferentes alcances e sabores.
E foi feito pelo mesmo time que nos trouxe Record of Lodoss War-Deedlit in Wonder Labyrinth, um joguinho bem maneiro baseado em um anime porreta lançado na década de 1990. Lembro-me de ser um título agradável, e essa memória feliz que me deu esperanças de que nosso querido de hoje possa ser uma boa maneira de começar os trabalhos deste novo ano. Mas, será que deu bom? Pois não temam, porque descobriremos agora.

História
A trama de Blade Chimera gira em torno de Shin, um cara com belos cabelos brancos, uma habilidade para matar demônios que nunca se viu igual e, como costuma acontecer nesses casos, sem nenhuma memória. Vejam, nosso camarada ficou congelado por quarenta anos antes de ser encontrado pelo pessoal de uma igreja chamada Holy Union, que o dá um lugar para morar e um novo motivo parar viver.
Contudo, uma missão que deveria ser mais uma na multidão acaba fazendo com que nosso camarada se una a uma demônio (demônia?) chamada Lux, que além de servir como arma também começa a fazê-lo questionar a realidade em que vive. Será que o pessoal da tal igreja é realmente bom? Será que todos os demônios são ruins? Ou a verdade acaba ficando no meio dos dois?
Ainda que tenha acontecimentos e desdobramentos bem previsíveis, Blade Chimera apresenta um universo maneiro de acompanhar e com competência suficiente para nos manter intrigados e suficientemente interessados em correr atrás de algumas respostas para o passado de Shin, o que fez o mundo se tornar um antro de demônios e qual a ligação dele com tudo isso.

Jogabilidade
Blade Chimera é um metroidvania, então podemos esperar uma boa dose de exploração, plataforma e combate em um ambiente no qual vamos liberando novas seções do mapa, em lugares já visitados ou não, enquanto encontramos chaves, ganhamos novas habilidades, derrotamos chefes e avançamos na história. Além disso, o título apresentas algumas mecânicas de RPG como acumular experiência, comprar novas skills, realizar missões secundárias, e por aí vai.
Em se tratando de combate, o título oferece uma boa gama de opções para o jogador. Por exemplo, podemos utilizar uma série de armas de curto e longo alcance, com um máximo de duas equipadas e configuradas para dois botões do controle, para poder despachar os diabões. Por exemplo, eu passei um bom pedaço do jogo alternando entre chicotes e espadas grandes para dar aquele dano esperto no cara a cara, enquanto guardava uma metralhadora de plasma para alguns inimigos voadores ou mais chatos. Isso, também, deixa as lutas bem mais dinâmicas e intensas.
Outro ponto de destaque em Blade Chimera é Lux, uma demônio em forma de espada que acompanha o protagonista. Ela possui uma série de usos, tanto como forma de explorar (prendendo-a na parede para criar uma plataforma) quanto para lutar (lançando nos inimigos, e por aí vai). Ela pode até virar um escudo que interrompe projéteis inimigos, o que ajuda horrores na hora de enfrentar alguns chefes mais enjoados. Por fim, todo o dano causado ou prevenido por ela também vira HP para a gente. Bom demais, não é mesmo?

Isso tudo faz com que a jogabilidade do título seja bem redondinha e divertida, além de desafiadora em boa medida. Temos uma boa quantidade de inimigos para encarar, os chefes são divertidos de enfrentar e tudo funciona da forma que deveria. Nesse arranjo todo, eu diria, a exploração acaba sendo um dos pontos que poderiam ser um pouco mais bem desenvolvidos, como veremos agora.
A forma que Blade Chimera lida com algumas melhorias e habilidades comuns ao gênero são, no mínimo, interessantes. Em outros títulos, geralmente, coisas como pulos duplos, rasteiras e afins são desbloqueadas conforme avançamos em nossa jornada, ou em determinados momentos do jogo. Aqui, no entanto, a maioria deles está atrelada ao sistema de compra de skills com os pontos que ganhamos ao subir de nível.
O grande problema com isso, em minha humilde opinião, é que aqueles de nós que não perderem tanto tempo upando seus levels, explorando os mapas ou completando as missões secundárias poderão passar um pouco de aperto até conseguirem chegar ao ponto em que a exploração seja, de fato, irrestrita. Admito que achei curioso, mas não muito prático. Pelo menos recebemos Lux logo no começo, junto com a possibilidade de utilizá-la para alterar determinadas partes do cenário para criar pontes, locais para se proteger de ataques, e outras belezuras do tipo.

Sons e Visuais
Blade Chimera possui visuais bem legais, principalmente quando paramos para ver os cenários destruídos pelos quais passamos e os monstros que os habitam. Achei as sprites de muita qualidade também, com animações bem fluidas e um senso de estilo que casa muito bem com o que o jogo tenta propor e construir. Além disso, não tive gargalos ou travamentos.
A trilha sonora também me agradou bastante, com uma boa quantidade de trilhas eletrônicas synth e até algumas coisas, acredito eu, puxadas para um jazz mais cyber. Faz sentido? De todo modo, casa muito bem com a premissa do jogo, auxilia na hora de construir seu universo e nos mantém engajados e entretidos. Uma pena, só, que tenhamos ficado sem legenda.

Vale a pena comprar BLADE CHIMERA?
Blade Chimera se apresenta como um metroidvania bem divertido, com fundações sólidas e uma boa quantidade de conteúdo para explorar caso o jogador deseje fazer todas as missões secundárias, encontrar todos os itens, o recurso colecionável do jogo para abrir algumas portas e enfrentar todos os chefes e inimigos. Além disso, os controles são responsivos, temos uma boa variedade de armamentos e Lux conta como uma boa forma tanto de tretar quanto como explorar.
Contudo, acho que a mesma exploração é um pouco prejudicada pela forma com a qual recebemos certas habilidades essenciais, como os pulos duplos e rasteiras. Também senti que a trama poderia ter sido mais bem explorada, pois fiquei interessado no que acontece e muitos pontos ficaram ou em aberto, ou nem tão desenvolvidos quanto poderiam.
Mas, tudo considerado, ainda acho que Blade Chimera é um metroidvania que vai agradar quem curte o gênero sem dificuldade alguma. Eu me diverti bastante com ele, e os pontos positivos foram mais do que suficientes para fazer com que a experiência valesse a pena, compensando os minutos de minha vida que se foram e nunca mais irão voltar. Se metroidvanias forem sua praia, podem ir sem medo.
Blade Chimera estará disponível para PC, via Steam, e Nintendo Switch no dia 16 de janeiro.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela PLAYISM.
Blade Chimera
BRL 59,99Prós
- Combate divertido, com uma boa quantidade de armas
- Lux oferece uma boa gama de habilidades ofensivas e de exploração
- Muitas missões secundárias para encarar
- A trilha sonora agrada bastante
Contras
- A história poderia ser mais bem desenvolvida
- Colocar habilidades clássicas do gênero como aquelas que compramos ao subir de nível não ficou tão legal
- Sem legenda em português