Sword and Fairy: Together Forever | Review

Sword and Fairy: Together Forever é um RPG de ação, mais focado neste último, desenvolvido pela Softstar e distribuido pela eastasiasoft. O jogo nos coloca no comando de um grupo de heróis que se veem atirados no meio de um conflito envolvendo divindades, demônios e nós pobres, pobres humanos no meio. Não preciso nem dizer qual o elo mais fraco dessa corrente, não é?

Bom, será que vale a pena conferir? É o que veremos agora, em mais uma review de qualidade, e antecipada, do Pizza Fria!

Drama sobrenatural

Oras oras, leitor, se não temos mais um jogo de ação para avaliar essa semana. Sword and Fairy: Together Forever me chamou a atenção por dois pontos em particular. O primeiro, por ser um título com uma estética que mistura a cultura chinesa com divindades e demônios. Não é algo que vejo o tanto quanto gostaria. Segundo, por ter me sido entregue por um homem vestido com um maravilhoso traje tradicional chinês, todo em branco e dourado. Fantástico.

Após lidar com a tristeza de não ser levado pelo portal para a terra mágica dos videojogos, parei para pensar: este jogo não é uma versão atualizada de Sword and Fairy 7? E de fato, é! Admito não ter um conhecimento prévio da série, mas fiquei suficientemente curioso para pesquisar um pouco mais sobre e o que vi me interessou. Ainda que as tramas não sejam interconectadas, é interessante ver que o que temos aqui é mais um título de uma longa linhagem.

Sword and Fairy: Together Forever começa nos mostrando as (des)aventuras de Xiu Wu. Ele é uma divindade que foi enviada ao mundo dos demônios para apagar o grande senhor dos, adivinhem, demônios. Realmente, monarcas de reinos sombrios não possuem muita criatividade na hora de escolherem seus títulos reais. Mas o que possuíam, infelizmente, era o poder bélico suficiente para dar uma surra em nosso menino e mandá-lo para o mundo dos humanos.

Sword and Fairy Together Forever screenshot 05 Sword and Fairy
Meu garoto Xiu Wu e nossa chegada Yue Qingshu. (Imagem: Divulgação)

Yue Qingshu, nossa segunda protagonista, encontra Xiu Wu e, por uma série de desventuras, acaba criando um elo espiritual que os une e faz com que precisem estar sempre juntos um do outro. Após isso, eles se encontram com a missão de proteger uma criança especial, destinada a receber a reencarnação de um dos deuses deste universo. Daí para frente a trama se desenrola como se fosse uma novela, de certa forma. Ela é bem contada, e os personagens são bem construídos e com suas motivações e personalidades bem definidas. Me agradou, devo admitir. E agora, passemos para a jogabilidade.

Curiosamente, Sword and Fairy: Together Forever marca a despedida da série com o estilo de combate em turnos de seus predecessores. Geralmente, eu vejo isso com certo medo e um sentimento de desespero e horror. Tal qual o que me assola quando vejo o valor da fatura de meu cartão de crédito. Aterrorizante! Mas, surpreendentemente, acredito que a transição foi bem feita.

Temos quatro personagens jogáveis, cada um com seus próprios equipamentos, atributos, estilos de combate e habilidades. Além disso, também podemos encontrar e domar espíritos que concedem benefícios aos nossos chegados. Achei bem completo, e cria uma variedade de estilos de jogo suficiente para não manter a parte da ação repetitiva. Mudar de protagonista no momento que quiser é ótimo, também.

Sword and Fairy: Together Forever
As habilidades são bem legais de se ver. (Imagem: Divulgação)

Na hora das tretas, usamos botões de ataques fortes e fracos para atacar e fazer combos, como vemos em outros milhões de jogos por aí. O diferencial de Sword and Fairy: Together Forever, em minha opinião, é a possibilidade de mudar os personagens e a quantidade de habilidades que podemos usar. Com o time cheio temos 32 a nossa disposição, e isso é fantástico. Por mais longo que fosse, nunca me enjoei enquanto batia de frente com as abominações pelo caminho.

Fora isso, também podemos explorar os cenários para encontrar tesouros ou encarar desafios de plataforma. Isso foi bem interessante, principalmente pelo fato de que a movimentação é bem fluída e precisa, dentro e fora do combate. Eles conseguiram amarrar bem as mecânicas e esses dois lados do jogo, e dá pra ver. Achei muito interessante, e também ajudou a dar uma sacudida nas coisas.

Sword and Fairy: Together Forever nos oferece, falando nisso, muito o que fazer. Fora as batidas da história e as batidas nas orelhas dos inimigos podemos cozinhar, fazer missões secundárias e até jogar um card game! Ele é bem simples, mas bem divertido. Não chega ao nível de um Gwent da vida, mas dá um fator extra bem legal ao conjunto da obra.

Sword and Fairy: Together Forever
O combate é bem amarrado com a exploração. (Imagem: Reprodução)

Sons e Visuais

Sword and Fairy: Together Forever, agora terei de ser um pouco severo. Me desculpe, mas é tudo dito com respeito e carinho. Vejam bem, caros leitores, os visuais não são ruins per se. Os cenários são bem montados, as cores são vivas e os modelos e animações são bem feitos. Mas, de modo geral, por vezes senti como se estivesse jogando um título do final da era do PS3, Deus o tenha.

Temos bugs e glitches gráficos, texturas extremamente serrilhadas, erros na tradução e nas palavras em inglês, problemas de resolução, personagens voando (quando não deveriam, digo), entre outros. Foi a ponto de me incomodar, e me fazer parar algumas vezes. Me lembrei, na verdade, do que senti ao jogar o Stranger of Paradise Final Fantasy Origin: o jogo é divertido e bem feito, mas infelizmente dói um pouco aos olhos jogar.

A sonoplastia sofre com o mesmo problema, principalmente com sons mudando de altura sem motivo, sendo cortados no meio, não aparecendo. Mas, a bagunça é mais técnica. As músicas de Sword and Fairy: Together Forever são excepcionais, misturando estilos tradicionais chineses com batidas mais esperadas em títulos de fantasia. Gostei bastante.

Sword and Fairy: Together Forever
A beleza é aparente, mas um olhar atento encontra os problemas facilmente. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena jogar Sword and Fairy: Together Forever?

É chegada a hora mais abstrata, leitor. O momento em que tento transcrever minhas ideias, e doideiras, em números que não os expressam totalmente. Meh, que seja. Vamos lá, Sword and Fairy: Together Forever é um jogo com uma trama muito interessante, um combate rápido e fluido, uma boa seleção de personagens e habilidades somados a um tanto bom de conteúdo extra.

Os gráficos parecem uma pizza gostosa, mas queimada na borda. Não é tão bom quanto poderia ser, mas ainda é uma pizza. E isso já vale de algo. A trilha sonora, principalmente, merece os parabéns por ser bem feita, bem encorpada e muito agradável aos ouvidos. Ainda que tenha seus glitches, de volume e afins, achei o conjunto da obra muito agradável.

Ao fim e ao cabo, gostei de meu tempo com Sword and Fairy: Together Forever. Me interessei pela história, me diverti com o combate, perdi nas cartas para pequenas fadas redondas com caras de brava e lutei com diversos demônios e criaturas sobrenaturais. Em alguns momentos me senti vendo um daqueles filmes épicos chineses, e isso me agradou demais. Apesar dos problemas visuais, achei a experiência positiva. Se vocês conseguirem relevar esses pontos, queridos e queridas, irão achar Sword and Fairy: Together Forever um deleite. Recomendo.

Sword and Fairy: Together Forever chega hoje, exclusivamente para PlayStation 5 e PlayStation 4, e custa a partir de R$ 199,50 na PlayStation Store.

*Review elaborada com código fornecido pela eastasiasoft.

Sword and Fairy: Together Forever

+ R$ 199,50
8.3

História

9.0/10

Jogabilidade

9.0/10

Sons e Visuais

6.0/10

Extras

9.0/10

Prós

  • Jogabilidade redondinha
  • Muits opções de combate, entre os personagens e habilidades
  • Bem recheado com conteúdo opcional
  • Trilha sonora chique demais

Contras

  • Texturas com baixa resolução, com muito serrilhado
  • Diversos bugs de visual, renderização, legendas e sons
  • Sem localização em PT-BR

Matheus Jenevain

    Redator de idade não especificada e habilidade excepcional (segundo o próprio, acredite se quiser). Curte Metroidvanias, RPGs e jogos de luta. Reza toda noite, intensamente, para receber um remake de God Hand. Nunca foi atendido.