Chronicles of the Wolf | Review
Chronicles of the Wolf é um metroidvania de ação em duas gloriosas dimensões, da forma que todos tanto amamos e apreciamos, desenvolvido pela Migami Games e publicado em parceria por PQube e PixelHeart. Nele, acompanhamos um novato de uma ordem de cavaleiros que acaba de ter o pior primeiro dia de trabalho de todos. Que fase.
E aí, será que vale a pena conferir? É o que veremos agora, em mais uma análise fantástica do Pizza Fria!
Noite do lobo
Saudações, leitores e leitoras deste maravilhoso sítio que transcende o espaço e o tempo com sua formosura e belezura. Estou aqui hoje, com pouquíssima humildade, para podermos desfrutar juntos de um de nossos hobbies favoritos: fofocar sobre videojogos computacionais. E que esporte maravilhoso, não é mesmo? De fato, o passatempo do ser humano culto moderno.
Nesta data, mais especificamente, gostaria de prosear sobre um metroidvania que surgiu na praça com algumas propostas interessantes e um visual que me lembrou muito os Castlevanias de antigamente, mais especificamente Castlevania II: Simon’s Quest. Quem já jogou sabe que ele é um dos títulos menos queridos da série, mas que realmente tentou inovar em uma época que o gênero ainda nem existia direito.
Nosso querido de hoje,Chronicles of the Wolf, promete honrar suas referências enquanto entrega uma experiência de jogo refinada e apresentada com visuais agradáveis e uma trilha sonora que irá tirar sorrisos de nossos rostos cansados. Eu já ouvi muito essa história, e sempre mantenho viva em meu coração a esperança de que ela é verdade. Será que foi o caso aqui? É o que veremos agora.

História
Chronicles of the Wolf conta a história de Mateo Lombardo, o último aprendiz formado de uma ordem de cavaleiros chamada Rosacruz. Como primeiro trabalho, os superiores de nosso chegado decidem enviá-lo até a região de Gévaudan, na França, para caçar uma fera que anda infernizando a população local. Que excelente maneira de começar uma carreira, não é mesmo?
Contudo, ao chegar no local, o jovem Mateo descobre que existe muito mais assolando o lugar do que uma simples, fofa e adorável besta humanoide devoradora de gente. Na verdade, o mal se espalhou feito fogo, pessoas começaram a participar de cultos malucos e todo tipo de aberração e monstruosidade resolveu sair da toca para aterrorizar geral. E é nosso trabalho, obviamente, dar cabo disso.
Eu realmente achei interessante a forma como Chronicles of the Wolf explora a mitologia da Besta de Gévaudan, que é um caso real de uma fera (ou feras) que assolou a região por volta do século XVIII. Ainda que provavelmente não tenha sido nada mais que um grande lobo, o jogo faz uso da mitologia para criar uma atmosfera e um cenário bem interessante. A trama não tem pretensões de ir além desse pano de fundo, nem ser super complexa, mas agrada e ajuda a nos manter sempre com um objetivo em mente.

Jogabilidade
Em sua essência, Chronicles of the Wolf é um metroidvania em duas dimensões com alguns elementos de RPG bem interessantes. Assim como outros protagonistas do gênero, Mateo começa podendo usar diversas armas, pular, usar subequipamentos (como facas e bombas) e algumas magias. Ao longo do jogo vamos conseguindo relíquias que nos garantem novas habilidades de combate e movimentação que servem tanto para nos fortalecer quanto para liberar novas áreas para exploração.
O combate é bem preciso e divertido, dentro do que esperamos do estilo e com uma certa variedade por conta do tipo de arma que decidirmos usar e dos poderes que ganhamos ao longo do caminho. Eu, por exemplo, favoreci o uso de espadas grandes durante minha jogatina devido ao fato de elas baterem forte, atingirem inimigos pequenos com facilidade e terem um bom arco ao golpear. Contudo, jogadores de estilos diferentes certamente encontrarão algo para usar da mesma forma.
Todo monstro derrotado por Mateo em Chronicles of the Wolf o deixam mais forte, ainda que subir de nível seja algo um pouco mais demorado que em outros jogos do nicho. De toda forma, eu me diverti bastante com as tretas do jogo, achei o desafio na medida correta e tanto chefes quanto inimigos comuns são bem legais de derrotar. Os controles precisos, também, ajudam muito para termos essa boa sensação ao jogar.

Do lado da exploração, Chronicles of the Wolf nos desafia com os bons e velhos buracos sem fim, espinhos, saltos arriscados e toda sorte de atividade que, certamente, nos impediriam de chegar bem e tranquilos na idade da aposentadoria. Tudo isso é feito, felizmente, através de controles bem precisos e que garantiram minha paz e espírito.
Fora isso, podemos conversar com pessoas espalhadas por alguns vilarejos do jogo para receber um pouco mais de informações sobre a trama e algumas dicas de segredos e missões secundárias para encararmos. Isso, somado ao fato de também termos um ciclo de dia e noite que influencia na dificuldade, é uma das maiores influências de Castlevania II que comentei, aplicadas de um jeito bem legal.
Do lado negativo, achei o mapa do jogo muito básico e sem funcionalidades úteis como marcar locais para irmos e coisas do tipo. Além disso, certas partes do jogo são um pouco confusas, principalmente quanto precisamos achar algo específico ou inferir alguma habilidade para prosseguir. Esse foi um de meus maiores problemas com Chronicles of the Wolf, e me fez perder um bom tempo andando feito doido de um lado para o outro no mapa.

Sons e visuais em Chronicles of the Wolf
O departamento audiovisual de Chronicles of the Wolf é um de seus elementos mais marcantes, contanto com gráficos bem bonitos, com animações competentes e um design que consegue vender muito bem a ideia de uma região assolada pelo mal, de várias fontes e com várias caras diferentes. Algumas regiões, por exemplo, foram construídas com um olhar gótico que é simplesmente sensacional.
O mesmo pode ser dito da trilha sonora, que está sensacional e recheada com músicas bem construídas e que caem como uma luva na temática do jogo. Elas me lembraram de clássicos do gênero sem parecer algo simplesmente copiado, e isso realmente é algo complicado de se fazer. No geral, creio ser uma das melhores dos metroidvanias que vi nesse ano. Ah, e temos legendas em português!

Vale a pena jogar Chronicles of the Wolf?
Chronicles of the Wolf, leitores e leitoras, foi uma agradável surpresa nesta nova leva de metroidvanias que estamos vendo na praça nesses últimos tempos. O jogo foi construído com bases sólidas, o que me parece ser uma boa compreensão do que torna o gênero algo especial e, tudo em tudo considerado, bastante competência e sucesso.
O jogo tem um combate divertido e preciso, explorar é divertido, temos uma boa quantidade de armas e habilidades e o título é recheado de segredos para encontrarmos em cada canta. Além disso, a apresentação é muito boa, a trilha sonora é excepcional e, no geral, ele consegue cativar e criar uma boa atmosfera. Tirando o fato do mapa ser muito básico e o caminho a seguir ser um pouco confuso em alguns momentos, não tenho do que reclamar.
Portanto, gente bonita da noite e das sombras, acredito que possa indicar Chronicles of the Wolf para todos os apreciadores dos bons e velhos metroidvanias, sejam eles de longa data ou não. A caçada à Besta de Geváudan é um deleite, e creio que todos os caçadores que encararem o desafio irão sair bem satisfeitos depois que os créditos rolarem.
Chronicles of the Wolf tem o lançamento digital marcado para o dia 19 de junho no Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox e PC, via Steam.
*Review feita em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela PQUbe.