Classic Metal Gear Games | Review
A série Metal Gear é um grande sucesso da Konami e marcou de vez o nome de Hideo Kojima na indústria dos games. Iniciada em 1987, a franquia conta com 11 jogos presentes em diversas plataformas. No entanto, nesta coleção, lançada para PC, via GOG.com, estão presentes Metal Gear, lançado em 1987, para MSX2, NES e Famicom; Metal Gear Solid, em 1998, para PlayStation e com um remake intitulado Metal Gear Solid: The Twin Snakes, lançado para Game Cube em 2004; e Metal Gear 2: Substance, a versão completa de Metal Gear 2: Sons of Liberty, lançado originalmente para PlayStation 2.
Porém, como para qualquer jogo, o tempo passa, e a jogabilidade pode acabar ficando defasada. Será esse o caso desses três jogos da franquia? E o que essa versão para PC traz de novo? Confira isso e muito mais em mais uma review especial do Pizza Fria!
Metal Gear
Metal Gear foi o primeiro título de Hideo Kojima, conhecido hoje como uma das grandes lendas do mundo dos games. Trazendo uma visão isométrica, controlamos Solid Snake, que tem como objetivo destruir o Metal Gear presente em Outer Heaven, um lugar fortemente armado nas profundezas da África Austral. Sendo assim, o soldado da Fox Hound tem que se esgueirar pelos cenários para chegar ao seu objetivo, sendo esse estilo bem adotado em todos os jogos da franquia.
Sendo um jogo feito em 1987, é difícil acreditar que a atual geração o aceite tal como antes (mesmo sendo parte de uma consagrada franquia). Como é possível de se imaginar, a forma com a qual a narrativa é contada ainda é muito limitada por conta da tecnologia da época, algo que também esbarra na jogabilidade. Particularmente, sofri para conseguir jogar num DualShock 4 (controle do PS4). Para a atualidade, o jogo é travado, não conta com gráficos bonitos e é isso. Mas vale ressaltar que o port é bem feito, não apresentando nenhum problema ao longo da gameplay.
Metal Gear Solid
Talvez o mais conhecido do público, Metal Gear Solid nos coloca novamente na pele de Solid Snake, agora um agente do governo, que tem como objetivo recuperar o controle de uma base secreta de armas nucleares das mãos de um grupo terrorista. Na versão lançada pela GOG, o jogo chega com melhores gráficos, recursos adicionais e novos modos de jogo. E, como marca principal da série, é apresentado um novo gênero de jogo em que a furtividade e capacidade de calcular as ações são suas melhores armas.
De fato, o título foi revolucionário, sendo um dos mais vendidos na história do PlayStation. E nesta versão, estão incluídas as missões de VR, o modo de jogo em primeira pessoa, suporte a vários controles e o modo de salvamento rápido. Sendo assim, o port traz uma série de aprimoramentos que são uma lufada de ar fresco para os fãs do título.
Todavia, também senti que mesmo com tantas melhorias, a questão da gameplay em si permaneceu inalterada e, francamente, depois de anos após ter jogado o original, sinto uma dificuldade imensa em controlar o personagem. Em diversos momentos, agarro em lugares ou tenho dificuldade com os golpes ou controles. O jogo é pouco fluído, o que mostra que o título não envelheceu muito bem também.
Metal Gear Solid 2: Substance
Snake retorna em Metal Gear Solid 2: Substance, uma edição definitiva de Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, disponibilizado originalmente para PlayStation 2, que traz novos modos de jogo, personagens ocultos e mais detalhes da história. A história basicamente tem o mesmo mote das outras: uma tecnologia armamentista ultrassecreta está sendo transportada em um um petroleiro que ruma para um lugar desconhecido, onde Solid Snake deverá se infiltrar com um arsenal renovado, suprimentos e manobras furtivas. Com todas essas novidades, cabe a Snake evitar que essa tecnologia mortal caia em mãos erradas.
Nesta versão, o jogo conta com 350 missões VR e 150 missões alternativas, 5 novas histórias, novos personagens desbloqueáveis, a estreia do Casting Theatre e do modo Boss Survival, ambiente totalmente interativo onde, por exemplo, balas perfuram canos de vapor e a fumaça revela raios laser. Ou seja, essa é a versão com mais novidades e, realmente, é nítida a diferença, sendo talvez o jogo que melhor tenha envelhecido – mesmo com alguns problemas. O pior deles, foi que a versão disponível no GOG simplesmente não abria, mostrando apenas uma tela preta. Depois de muito pesquisar sobre, consegui contornar a situação para, finalmente, adentrar no mundo de Snake.
Metal Gear Solid 2: Substance sem dúvidas tem uma narrativa interessantíssima, uma gameplay ousada, mas dominar seus controles é uma tarefa um tanto difícil. Este poderia ser um ponto aprimorado desta versão, mas infelizmente isso não aconteceu. De toda maneira, a experiência é a melhor dentre os três jogos, sendo particularmente o meu favorito.
Vale a pena comprar a Classic Metal Gear Games?
Fazer análises de jogos antigos é sempre uma tarefa muito complicada, sobretudo por termos os jogos atuais como parâmetro de comparação. E como se sabe, cada jogo diz muito das tecnologias de seu tempo, algo explícito nos três jogos aqui analisados. Naturalmente, incorporamos a atualidade para observar todos os seus aspectos, mas faz-se necessário de se observar que todos esses jogos são extremamente importantes para a história dos games, mesmo sendo bem mais difíceis de se jogar atualmente. Isso é algo natural e até mesmo aceitável, visto o altíssimo nível em que a indústria dos videogames se encontra atualmente.
No entanto, é importante frisar que essas versões analisadas são basicamente as mesmas das originais, mas com alguns incrementos. Metal Gear é uma das minhas franquias favoritas, mas até pra mim a aventura foi um tanto quanto difícil.
A franquia Metal Gear é realmente uma das mais consagradas da história dos games. Isso fica ainda mais explicito quando surgem boatos de remakes na imprensa, causando um verdadeiro alvoroço nos fãs. Concluindo, para os fãs, certamente os três jogos serão muito bem-vindos, sobretudo depois de algumas tentativas fracassadas de lançarem versões para PCs. Já para novos jogadores, varia muito de gosto. Se você gosta de clássicos, vai adorar. Se não tem muita paciência, melhor deixar passar (ou esperar os tão sonhados remakes).
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela GOG.com.