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Full Metal Schoolgirl | Review

Desenvolvido pela Yuke’s e publicado pela D3PUBLISHER, Full Metal Schoolgirl coloca o jogador na pele de jovens estudantes com partes robóticas em busca de vingança contra uma gigantesca corporação que explora seus funcionários.

Inspirado por filmes B de ação japoneses, como RoboGeisha e a franquia OneeChanbara, Full Metal Schoolgirl se destaca entre os jogos de ação em terceira pessoa lançados neste ano — e também entre as obras que o inspiraram. Será que ele realmente consegue conquistar esse espaço? Descubra na análise antecipada do Pizza Fria!

História e tom

Em Full Metal Schoolgirl, jogamos com Ryoko e Akemi, irmãs que tiveram o pai assassinado pelo CEO de uma poderosa corporação que transforma seus funcionários em androides para trabalharem 24 horas por dia. Acompanhadas de uma cientista responsável por aprimorar seus corpos cibernéticos, as irmãs embarcam em uma longa jornada rumo ao centésimo andar da empresa, com o objetivo de eliminar o presidente — tudo enquanto transmitem sua aventura ao vivo.

Com foco total no humor, a narrativa se sustenta graças às boas interpretações do elenco de voz, especialmente dos chefes excêntricos dos diferentes departamentos enfrentados durante a escalada. O jogo oferece dublagem em japonês e em inglês, mas, mesmo com nomes conhecidos no elenco ocidental, o clima over the top é melhor transmitido nas vozes japonesas.

No entanto, Full Metal Schoolgirl não conta com legendas em português. Como grande parte dos diálogos ocorre durante os combates, é comum perder algumas piadas enquanto o jogador se concentra nas lutas.

As protagonistas acabam sendo o ponto mais fraco da história. A narrativa tenta explorar dramas e conflitos pessoais que soam deslocados em um mundo caótico e assumidamente dedicado a parodiar produtos e estereótipos da sociedade moderna.

Full Metal Schoolgirl
Infelizmente, a trama de Full Metal Schoolgirl perde força devido ao enredo desinteressante das protagonistas.
(Imagem: Reprodução do Nintendo Switch 2 / Higor Nicoli)

Combate e controles

Em Full Metal Schoolgirl, a jogabilidade combina elementos de hack and slash e roguelite. O jogador utiliza armas de curto e longo alcance para enfrentar hordas de robôs até encontrar a escadaria que leva ao próximo andar — repetindo o processo sucessivamente. Caso seja derrotado ou avance o suficiente, é possível sair do prédio e gastar as peças coletadas dos inimigos derrotados para aprimorar o corpo cibernético das protagonistas. Ao retornar à missão, os andares são gerados de forma diferente a cada tentativa, garantindo variedade nas partidas.

O level design é simples: avançamos de sala em sala eliminando inimigos, e a cada área limpa recebemos uma caixa com novas armas e equipamentos. É importante saber que praticamente todos os itens concedem bônus e penalidades. Individualmente, os efeitos podem parecer sutis, mas coletar itens aleatoriamente pode reduzir resistência, dano e até velocidade de ataque sem que o jogador perceba. O sistema se torna viciante justamente por manter o ritmo constante, sem interrupções por longos diálogos, e pela frequência com que obtemos melhorias para o corpo cibernético.

Full Metal Schoolgirl
Itens de raridade mais alta oferecem bônus ainda mais expressivos.
(Imagem: Reprodução do Nintendo Switch 2 / Higor Neto)

A cada certo número de andares, é liberado um elevador que serve como atalho. No entanto, ele só pode ser utilizado uma vez. Caso o jogador não alcance o próximo elevador, será necessário refazer todo o trajeto até liberá-lo novamente — uma decisão de design que pode tornar o ritmo da jogabilidade mais lento.

Os controles e o tempo de resposta das armas de fogo funcionam bem, mas o combate corpo a corpo e os golpes especiais são imprecisos, agravados pela ausência de uma trava de mira. Como muitos inimigos e chefes bloqueiam ataques à distância, o jogador precisa alternar constantemente entre diferentes tipos de ataque e usar esquivas — que, infelizmente, sofrem com comandos pouco precisos.

Felizmente, todos os chefes e mini-chefes apresentam sinais visuais e sonoros claros de seus golpes, o que mantém o ritmo das lutas mais equilibrado, mesmo com as limitações dos controles.

Full Metal Schoolgirl
A variedade de chefes, aliás, é uma das maiores virtudes de Full Metal Schoolgirl.
(Imagem: Reprodução do Nintendo Switch 2 / Higor Nicoli)

Visuais e sons

Em Full Metal Schoolgirl, o desempenho técnico se mostrou consistente durante os testes no Nintendo Switch 2. A resolução e a taxa de quadros permaneceram estáveis tanto no modo dock quanto no portátil, apresentando apenas pequenas quedas ocasionais ao mirar em grandes grupos de inimigos no modo portátil.

A direção de arte é eficiente em criar diferentes ambientações conforme o avanço da jornada, variando entre canteiros de obras, jardins de cerejeiras (Sakura) e escritórios corporativos. No entanto, o layout visualmente semelhante dos mapas do início ao fim acaba impedindo que essas áreas se destaquem como poderiam.

A trilha sonora, por sua vez, é vibrante e divertida. A variedade de temas acompanha o número de chefes e setores do prédio, combinando perfeitamente com o ritmo frenético das batalhas. Sonoramente, o ponto fraco está nas falas repetitivas das protagonistas ao utilizarem golpes especiais ou ao limpar uma sala. A falta de variedade nas expressões contribui para a sensação de repetição ao longo da experiência.

Full Metal Schoolgirl
Desafios opcionais com recompensas maiores são oferecidos antes de cada batalha.
(Imagem: Reprodução do Nintendo Switch 2 / Higor Neto)

Vale a pena comprar Full Metal Schoolgirl?

O preço de Full Metal Schoolgirl não condiz com a quantidade de conteúdo que o jogo oferece. Embora apresente uma boa variedade de equipamentos, melhorias e chefes realmente interessantes, a experiência rapidamente se torna repetitiva. Em seus melhores momentos, o título entrega um combate desafiador e com regras consistentes, além de um humor funcional e antagonistas memoráveis.

Ainda assim, a estrutura de progressão acaba cansando. O jogador percorre longos corredores até chegar a salas quadradas, elimina todos os inimigos, avança e repete o ciclo. A distância entre os confrontos contra chefes é grande, o que torna a jornada monótona em diversos trechos.

Mesmo com algumas armadilhas e seções de plataforma que tentam quebrar a repetição, os cem andares que precisam ser superados tornam-se exaustivos. Somam-se a isso controles imprecisos e protagonistas pouco carismáticas, que acabam prejudicando ainda mais o ritmo da experiência.

Full Metal Schoolgirl chega nesta quinta-feira, 23, para PlayStation 5Nintendo Switch 2 e PC, via Steam e Epic Games Store

*Review elaborada em um Nintendo Switch 2 com código fornecido pela D3PUBLISHER.

Full Metal School Girl

BRL 249,50
5.8

Personagens

5.0/10

Gráficos e Sons

7.0/10

Gameplay e Fator Replay

6.0/10

Extras

5.0/10

Prós

  • Boa variedade de chefes e mini chefes
  • Visuais e animações agradáveis
  • Trilha sonora divertida
  • Arsenal e inimigos diversos

Contras

  • Combate corpo a corpo impreciso
  • Protagonistas pouco interessantes
  • Sem legendas em PT-BR
  • Preço elevado
  • Level Design repetitivo