Rune Factory: Guardians of Azuma | Review
Rune Factory: Guardians of Azuma é um jogo de fazendinha misturado com JRPG, tão amado e querido por nós, desenvolvido pela Marvelous Inc. e publicado em conjunto por XSEED Games, Marvelous USA, Inc. e Marvelous Europe. Nele, controlamos um camarada com samba no pé e uma missão única de dançar e dançar até trazer as terras amaldiçoadas de Azuma de volta a vida.
E aí, será que a aventura vale a pena? É o que veremos agora, em mais uma análise caipira do Pizza Fria!
Dançar, dançar e dançar
O sol brilha, os peixes saltam nos rios, as sementes crescem no solo e formas misteriosas nos observam, silenciosamente, através das sombras feitas pelas árvores. De fato, leitores e leitoras deste site que pode ser conhecido como um dos mais totalmente demais desse lado do mundo, acredito estarmos diante de mais uma adorável experiência campestre na terra dos jogos virtuais. Que alegria!
E devemos isso a duas coisas: primeira, ao meu descolamento total para com a realidade das coisas. Segundo, ao nosso título de hoje: Rune Factory: Guardians of Azuma ! Lembro que me interessei pelo título por ser da franquia Rune Factory, que eu particularmente adoro, mas também por tentar dar uma nova cara e fazer uma certa revolução em muitas das mecânicas apresentadas pela série até o momento.
Grandes aspirações, não concordam caros leitores e leitoras de meus olhos. De fato, tentar inserir algo novo em uma franquia que já rola a muito tempo é uma aposta considerável, mas que precisa ser feita se quisermos manter as coisas interessantes e sustentáveis ao longo prazo. Mas, e aí. Será que deu certo dessa vez? Isso, caros e caras, é o que descobriremos agora.

História
Em Rune Factory: Guardians of Azuma controlamos um herói, ou heroína, que perdeu a memória mas continua com um talento muito especial: dançar. Mas não é qualquer passinho, senhoras e senhores. Pelo contrário, nosso caro pé de valsa tem a habilidade única de trazer a vida de volta para terras corrompidas com o poder de sua dança, além de conseguir se comunicar e reviver os deuses adormecidos das vilas por onde passa.
E esse poder realmente será muito necessário, visto que um evento terrível conhecido como Colapso Celestial fez com que boa parte do local onde o jogo se passa se tornar corrompido, infértil e repleto de perigos. Cairá nos nossos ombros, então, a importante missão de curar a terra, trazer a prosperidade de volta para suas aldeias e colocar um sorriso no rosto de todos que vivem nelas.
Rune Factory: Guardians of Azuma tem uma trama bem leve e divertida, como o que costumamos ver na série. Além disso, cada vila tem seus moradores exclusivos que podem se tornar amigos e até maridos ou esposas de nosso boneco! A maioria deles é bem divertida, mas sinto que nem todos são tão interessantes quanto poderiam e, no geral, não me cativaram tanto quanto os de alguns Rune Factory do passado.
Mas, de todo modo, temos motivos mais do que suficientes para nos aventurar e descobrir o que está por trás do Colapso Celestial, recuperar nossas memórias perdidas e cultivar nossos elos com os outros personagens dessa história.

Jogabilidade
Como todo e bom jogo da franquia, Rune Factory: Guardians of Azuma é construído em cima de três grandes pilares: fazendinha, mecânicas de ação/aventura e elementos sociais. Isso significa que passaremos boa parte de nosso tempo cuidando de nossa roça (plantando e regando coisas), lutando contra todo tipo de monstros fofinhos ou conhecendo e nos aproximando dos diversos personagens secundários que populam o mundo.
Em se tratando de fazenda, o jogo implementa a mecânica já conhecida com algumas mudanças boas e outras nem tanto assim. A base segue a mesma, com o jogador sendo responsável por arar a terra e plantar diversas sementes para obter legumes e vegetais que podem ser vendidos ou utilizados em diversas receitas, indo de pratos até armas (acreditem se quiser).
Uma das formas de Rune Factory: Guardians of Azuma expandir essa dinâmica e através do uso de diversas relíquias, que ganhamos conforme avançamos na história, para poder acelerar e facilitar o processo. Um tambor, por exemplo, acelera em um dia o tempo de crescimento das sementes, enquanto uma relíquia de vento permite colher várias zonas de uma vez e por aí vai. É uma forma legal de integrar os diversos aspectos do jogo, e me agradou bastante.
Além disso, podemos automatizar o processo de nossas fazendas através dos aldeões que vão se mudando conforme recuperamos cada vila. Eles podem ser deslocados para realizar as tarefas básicas como plantar, colher, cortar árvores e por aí vai. Ainda que eles não sejam lá muito eficientes, acaba sendo mais uma forma de tirar o trabalho mais braçal do jogador.

As aldeias, inclusive, são um dos grandes pontos focais de Rune Factory: Guardians of Azuma. Cada uma possui seu próprio level, que cresce conforme vamos realizando certas missões, colocando estruturas, decorações, e por aí vai. Deixar todas em sua glória máxima é um de nossos maiores objetivos e diversões ao longo do jogo.
Do lado da ação, passaremos um bom tempo explorando diversas localidades, abertas ou fechadas, enquanto lutamos contra monstros, coletamos recursos, pescamos, e muito mais. O combate do jogo é bem rápido e direto, contando com diversos tipos de armas diferentes e habilidades ligadas a cada relíquia que encontramos. Além disso, cada aspecto do personagem pode ser melhorado conforme ganhamos pontos de habilidade conferidos ao fim de cada dia de jogo. Eles, geralmente, são dados por tudo que fazemos – de lutar até correr e dormir, por exemplo.
E em se tratando de vida social,Rune Factory: Guardians of Azuma segue a tradição de permitir a criação de laços com seus diversos personagens e personalidades. Isso é feito através de ações simples que escolhemos, uma vez por dia, quando escolhemos interagir com eles. Além disso, cada novo nível de amizade ou amor vem com suas próprias missões.
Em suma, a jogabilidade do título está muito divertida e, em diversos aspectos, evoluindo do que costumávamos ver nos títulos anteriores. Contudo, a única coisa que me desagradou foi que senti falta de certas complexidades no plantio e colheita. Diferentes solos, por exemplo, tipos de ativos para desenvolver e cultivar cada semente, e por aí vai. Ainda podemos influenciar com as relíquias, mas sinto que um pouco ainda ficou em falta.

Sons e Visuais
Rune Factory: Guardians of Azuma tem visuais bem legais, com uma boa variação de cenários baseados nas estações do ano e uma certa quantidade de lugares para se explorar tanto na terra quanto nos céus. Além disso, os personagens possuem bons designs, a ação flui bem e não vi nenhuma textura muito problemática.
Na parte sonora, temos vozes competentes, uma sonoplastia bem legal e uma trilha sonora que funciona mas não impressiona. Vejam, ela cai como uma luva nessa pegada mais tradicional que o título propõe, mas senti que não é algo que faça o clima de conforto da fazendinha, ou emoção das tretas, ficar tão evidente assim. Contudo, isso pode ser mais algo meu do que uma falha do jogo, por se dizer. E ficamos sem nossa legenda, infelizmente.

Vale a pena jogar Rune Factory: Guardians of Azuma?
Rune Factory: Guardians of Azuma, amados leitores e leitoras, chegou em nossas vidas com a proposta de oferecer algo novo dentro do adorável, e campestre, universo da saga Rune Factory. É uma empreitada louvável, de fato, e realmente curto ver franquias tentando coisas novas, tanto em suas mecânicas quanto em sua estética no geral.
De coisas boas, posso citar que o título tem bastante conteúdo, cuidar das vilas é bem legal, a integração de relíquias tanto para a fazendinha quanto para o cultivo é algo bem engenhoso e o título entrega uma proposta tanto divertido quanto acessível. Do negativo, achei que algumas mecânicas de plantação poderiam ser mais expandidas, que os personagens não são tão divertidos quanto em outros títulos e que ficamos sem nossa legenda.
Tudo considerado, eu curti muito minha experiência com Rune Factory: Guardians of Azuma e acredito que o título introduza ideias, e refine algumas outras, que poderão ser usadas para dar uma direção legal para os outros jogos da série. Seja você fã da franquia ou do estilo de jogo no geral, pode dar uma chance para nosso queridão de hoje. Não irá se arrepender.
Rune Factory: Guardians of Azuma chega no dia 5 de junho para Nintendo Switch 2, Nintendo Switch e PC, via Steam.
*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela Marvelous Inc.
Rune Factory: Guardians of Azuma
BRL 239,99Prós
- Adiciona novas mecânicas e alterações que melhoram a experiência do jogador
- Cuidar das vilas é bem divertido e recompensador
- Poemos usar relíquias tanto para o combate quanto para exploração ou trabalhos na fazendinha
- Bastante conteúdo para explorar
- Bom ponto de entrada para quem quer conhecer a série ou o estilo de jogo
Contras
- Sem legenda em português
- Os aldeões podem ser bem pouco eficientes, mesmo se colocados nas tarefas certas
- Alguns personagens não empolgam muito