Super Monkey Ball Banana Rumble | Review
Desde que me deparei com Super Monkey Ball no GameCube, fiquei fisgado pela franquia absurdamente divertida. Super Monkey Ball Banana Rumble, o mais novo título da série, promete ser a melhor experiência com macacos rolando em bolas desde 2001. Mas será que cumpre? Desenvolvido pelo Ryu Ga Gotoku Studio e chegando exclusivamente para o Nintendo Switch nesta semana, este jogo traz modos de aventura e multijogador cheios de inovações.
Vamos descobrir se a nostalgia se transforma em diversão real nesta análise antecipada para o Pizza Fria?
Índice
Macaca reunida
O primeiro ponto que me chamou atenção em Super Monkey Ball Banana Rumble é como o multijogador afeta todos os modos diferentes. Pra começar, você tem a aventura, que pode ser jogada com com quatro pessoas reunidas num esforço cooperativo, tanto offline quanto online.
Daí tem o modo multijogador, que conta com batalhas com tela dividida pra dois jogadores ou, se mais, modos local e online. Aliás, jogar pela internet permite ter até 16 macaquinhos rolando bolas em equipes ou provas individuais – e é muito doido!
Modo Aventura e jogabilidade
Como de costume, Super Monkey Ball Banana Rumble conta com um modo aventura. A singela história se passa na Ilha Suculenta, um resort tropical que esconde uma certa banana lendária mais gostosa que todas as bananas.
A turma de AiAi é apresentada a Palette, uma macaquinha que também domina a arte da bola mágica – essa que eles usam para rolar por aí –, já que seu pai a ensinou antes de desaparecer… Ela também está à procura dessa banana lendária… Palette é… UMA CAÇADORA DE TESOUROS!
A fofíssima abertura entrega de cara a excelente tradução das legendas feita em português do Brasil (quando li o “simbora” sabia que vinha coisa boa!). A dublagem de voz é inexistente em qualquer idioma, já que ouvimos apenas barulhos bonitinhos de macaquinhos se comunicando.
Caso você nunca tenha jogado um Super Monkey Ball antes, o que vem a seguir é um breve tutorial e, a partir daí, vamos recolher bananas em cenários que devem ser manipulados em seus eixos tridimensionais para manter a bolinha dentro de seus limites enquanto a conduzimos até a meta.
Além de chegar ao gol dentro do tempo limite para avançar na aventura, toda fase compreende três objetivos: chegar ao gol dentro de um tempo limite curtíssimo; recolher um mínimo de bananas; recolher a Super Banana. O bacana é que o jogador não precisa fazer todos de um golpe só, podendo repetir a fase e superá-los um a um quantas vezes precisar.
Daí que ao longo de dez mundos cada qual com suas dez fases a dificuldade vai progressivamente aumentando e equilibrar o macaquinho de sua escolha vira um desafio que exige muito controle motor e analógicos calibrados.
Se os controles oferecem muita configuração no menu de opções, incluindo o uso do giroscópio para apenas inclinar o cenário usando a inclinação do controle, desta vez usamos uma habilidade nova e essencial para a aventura: o giro acelerado. O tutorial ensina que o personagem carrega energia para se lançar na direção escolhida, usando a velocidade extra para saltar abismos ou mais alto com ajuda de uma rampa.
Equilibrar macaquinhos em bolinhas virtuais nunca foi tão fácil difícil! Super Monkey Ball Banana Rumble veio recheado de desafios, sim, talvez mais que seus antecessores. A bolinha rolando, a inércia dela pelos trilhos do cenário… para perder o controle basta uma fração de segundo.
Mas não tema! Qualquer dor de cabeça, inclusive se achar que girar a câmera demora muito, tudo é solucionável nas configurações avançadas de controle. O game bem que podia fazer uma checagem no começo com o jogador, mas reforço que vale bisbilhotar e refinar as configurações avançadas para ter uma experiência confortável.
A aventura aceita até quatro jogadores online e entre as preferências do jogador, por exemplo, dá pra decidir se há colisão entre macaquinhos ou não, contudo o tempo continua contando enquanto alguém não concluir a fase.
E Super Monkey Ball Banana Rumble herda várias funcionalidades de Super Monkey Ball Banana Mania (sério, quem dá esses subtítulos?) que auxiliam jogadores inexperientes ou que estejam enfrentando dificuldades.
Entre elas, retroceder para partes anteriores de uma fase para praticar; o “guia fantasma”, um personagem transparente que demonstra como completar o nível; a sinalização da rota, mostrando o caminho ideal até o objetivo; e, por fim, voltar em pontos de checagem na fase em vez de ter que começar um nível desde o início.
Contudo, a molezinha invalida aqueles objetivos secundários (missões). E, ao invalidá-los, as missões não contam os pontos que seriam trocados na lojinha de itens cosméticos para personalizar o macaquinho.
A aventura é extensa, tão divertida quanto desafiadora. Sempre sou da política que jogos cooperativos ganham pontos adicionais, e não seria diferente. Embora seja um tipo de cooperativo que exige bastante coordenação, jogar sozinho a aventura é um ótimo passatempo, mas acompanhado é um momento social divertido de celebrar sucesso e de rir com as quedas e fracassos.
Dominar o “Giro Acelerado” é obrigatório para avançar e saber das configurações de acessibilidade também, já que prefiro pensar no game contendo medidas antifrustração em vez de imaginar uma barreira intransponível.
E, diga-se de passagem, os visuais dos macaquinhos dentro das bolas rodam muitíssimo bem no Nintendo Switch, muito obrigado. O principal motivo são os essenciais 60 FPS para manter o controle veloz e voraz com ambos os analógicos. Graficamente, a renderização não vai ser a coisa mais extraordinária no console híbrido, entretanto a ação é tão desenfreada e responsiva que você sabe que o game está polido ao limite.
Crianças – como é o caso da minha sobrinha de 5 anos – vão se encantar com os coloridos e com a premissa simples de pegar bananas e chegar ao final, ainda que acabem suando bastante pra superar níveis avançados.
No final das contas, são (pelo menos, hihi) 200 novos estágios espalhados pelos mundos da ilha, com estilos visuais e “obstáculos” diferentes. As cenas da história, aliás, são belas animações em CG.
Multijogador competente
O modo multijogador entra e o requinte do modo aventura sai pela janela. Quê? Mentira, mas temos aqui uma bela ideia para se jogar no sofá com vários controles ou online prejudicada pelo desempenho.
Sabe a crocante taxa de 60 fps que falei acima? Misericórdia, cortada, assim como a resolução. Mas tudo bem, já cortei a parte negativa. Era isso e meio que só isso – notável, persistente por todas as partidas, mas se resume a isso.
O modo multijogador compreende desde a aventura cooperativa, passando por desafios em equipes até os combates tête-à-tête pra ter um macaquinho vitorioso. E aqui temos mais opções de jogabilidade: itens, como aqueles de Mario Kart, sabotam o trajeto (mas não vi nenhuma casca de banana, como assim!)
No que parece inspirado em Fall Guys, fazemos rodadas consecutivas para determinar vencedores e perdedores em diversas arenas com desafios dos mais variados. Um dos meus favoritos, por exemplo, é o “Deslize da Colheita”, um minigame que divide até 16 macaquetos em duas equipes – Sol e Lua – numa prancha com vários portais (gols) de pontuações diversas. Quanto mais afastados ou inacessíveis, mais pontos.
O objetivo aqui é lançar seu macaco rolante num portal, pontuar, voltar ao início, pontuar novamente. Ou seja, pilhar pontos repetidamente por dois minutos. É alucinante, rápido, divertido, maluco ao extremo. E, ao melhor estilo SEGA, a trilha sonora acompanha todos esses momentos frenéticos com muita percussão e com muitas batidas por minuto.
Outro modo em equipes – Robô Esmaga – colocava todos os adversários numa arena circular, outra vez divididos em duas equipes, para abater robôs gigantes com auxílio da técnica “Giro Acelerado”. Nas provas individuais, a mais clássica de todas, a corrida até o final, incluía caixinhas surpresas (eu tirei um bastão de beisebol!!!).
Não há porque se preocupar com muitos mecanismos, como árvores de progresso ou atributos. O diferencial existe dependendo do personagem: alguns carregam o Giro Acelerado rapidamente, outros demoram; o peso influencia na pancada dos coleguinhas ou na continuidade do movimento. Portanto, experimente e escolha de acordo com seu estilo de jogo!
Apesar das concessões de desempenho, possivelmente pelo modo online, o multijogador é divertidíssimo e, se pudesse voltar aos anos 2000, com tela dividida e tudo, certamente faria lobby para jogar Super Monkey Ball Banana Rumble com meus amigos, alternando com Mario Party.
A maioria das modalidades são divertidas – Caça às bananas é alucinantemente psicodélico – e, no meu teste antes do lançamento, deixar o matchmaking aleatório demorava um pouquinho, mas tudo bem, aceitável. Deve ficar melhor já, já!
Personalização
Uma característica marcante é a personalização dos nossos macaquinhos e suas respectivas bolas mágicas. Ao pontuar no modo multijogador, por exemplo, ativamos a “Loteria do Macaco Sortudo”, uma máquina que dispensa itens cosméticos.
Preciso reforçar que não se trata de microtransações – está tudo no game, só jogar online e liberar a cada dia. Os desenvolvedores prometeram itens específicos da temporada que podem ser trocados por pontos.
Vale a pena jogar Super Monkey Ball Banana Rumble?
Se você não rolou macaquinhos em suas bolas mágicas até hoje, eu só posso perguntar, “Onde você esteve nos últimos 20 anos?”. Mentira! Eu sempre vi como essa franquia que não era prioritária, mas sempre bacanuda. Nunca foi o topo da minha lista de desejos e ainda assim guardava aquela memória de um jogo ótimo do começo dos 2000.
Hoje, esse jogo tem uma “campanha” robusta, muito mais desafiadora – de fazer os dedões pedirem penico – e inclui um multijogador diversificado, oferecendo cooperativo e batalhas, tanto em modos local quanto online.
De forma ampla, Super Macaquito Bola oferece tudo – campanha sozinho ou acompanhado, modo versus, no sofá de casa ou pela internet. Controles precisos e ainda assim simples, objetivos claros, pá-pum, ainda assim desafiador. E… Com amenidades de configurações avançadas de controles e opções de assistência, como rebobinar.
(Se você chegou até aqui, talvez seja hora de dizer que depois da aventura ainda liberamos mais fases. Brutais? Sim. Mas mais conteúdo!)
Pra quem busca um pouco de nostalgia ou um pouco de todos os fatores que citei – arcade, jogo festa ideal para ter os amigos ou crianças do lado – recomendo colocar o título no radar o quanto antes. O engasgo no desempenho é muito pequeno ao lado da diversão proporcionada.
Super Monkey Ball Banana Rumble é divertido, louco, avacalhado, para jogar em turma, videogame sendo videogame – uma bola e uma macaquice só.
Ah! A SEGA preparou uma edição física – Edição Banana Lendária – contendo capa reversível, traje especiai (in-game) e um livro com arte de 40 páginas. Além dela, as edições Digital padrão e a Digital Deluxe, que adiciona o passe Sega e os personagens Sonic, Tails, Knuckles e Amy, cada um com atributos especiais.
*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela SEGA.
Super Monkey Ball Banana Rumble
R$ 264,90Prós
- Modos de jogo diversificados
- Jogabilidade precisa e desafiadora
- Configurações de acessibilidade
- Multijogador online extenso
- Em português do Brasil (quase todo)
Contras
- Queda na taxa de quadros online
- Dificuldade excessiva mesmo com opções de acessibilidade
- Preço um pouco alto pelo que o DLC oferece