Cat Quest III | Preview
Cat Quest III promete ser a experiência cooperativa leve e peRRRfeita quando o jogo for lançado no Dia Internacional do Gato, 8 de agosto, para PC, via Steam, Nintendo Switch, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, além dos modelos mais antigos, PlayStation 4 e Xbox One. Além de ter baixado a versão de demo para Switch, joguei a versão beta para PC pelo código recebido pelo Pizza Fria – destaco de uma vez que as duas prévias trazem partes distintas do game, mas passam a mesma sensação.
Seja você uma pessoa gateira (correta) ou não (errada), vamos repassar esta preview que diz por que Cat Quest III merece sua total e irrestrita atenção?
Co-op com a criatura mais peRRRfeita da natureza
Felinos – mais especificamente gatos, os domésticos – causam um efeito entorpecedor sobre os humanos. Talvez sejam as criaturas mais indecifráveis criadas pela natureza depois do ornitorrinco. Por que são o maior fenômeno e donos absolutos da internet desde sempre?
Daí, um dia de 2017, esse estúdio indie chamado The Gentle Bros. lançou Cat Quest, um título cujo herói é um gatinho caramelo numa proposta que mistura com leveza jogos de aventura com RPG – atributos de vestimenta, equipamento diverso e níveis, entretanto, de forma descomplicada, bem básica mesmo.
Os visuais coloridíssimos pareciam sair de um livro infantil e nosso herói andava sobre o mapa, com suas encantadoras divisões fronteiriças. Contudo, para seu detrimento, apenas um jogador vagava pela jornada solitária.
A inevitável continuação Cat Quest II veio em 2020 contando a história da guerra entre gatos e cães e, com ela, sua principal adição: o modo cooperativo no qual um jogador controla um gato e o outro, um cachorro. Cat Quest III herda muitas de suas características e, se quiser ler algumas coisas a respeito, minha análise pro Pizza Fria está aqui.
Desta vez, Cat Quest III traz dois gatos aventureiros no que devo descrever como uma dose homeopática da jogabilidade de Diablo e uma história simples e divertida para justificar a miauventura.
Certa noite, há muitas luas atrás, uma estrela caiu do céu e ficou conhecida como a Estrela do Norte. A lenda diz que os sortudos que conseguirem colocar suas patas nela terão seus desejos realizados.
Os Xeretas foram os primeiros a terem esse tesouro e não o compartilharam com mais ninguém, por isso o esconderam. Com o passar dos anos, a história virou uma lenda capaz de fazer todos os piratas sonharem!
Nossos heróis tem uma marca de nascença com a Estrela do Norte e cabe aos jogadores, guiados pelo Capitão Chapelinho, encontrar a relíquia. Mas as águas do Mar do Pataribe são traiçoeiras e hostilizadas pelo clã de Pi-ratos – ratinhos piratas – e seu perverso rei, uma figura reconstruída com partes mecânicas.
Assim como rolou com o segundo game, jogamos no modo cooperativo – minha mulher e eu. Sim, testei jogar sozinho por alguns minutos, o que representa uma mudança radical na experiência, deixando-a mais morosa e com a alma apagada.
Contudo, dois controles ligados e… Vamos ser Xeretas e corsários felinos! As fortes bases de Cat Quest II estão presentes e melhoradas. A ação rola diretamente sobre o tabuleiro do mapa, cheio de ilhas com suas linhas tracejadas e barreiras oceânicas.
A cartografia do Pataribe esconde baús do tesouro e cavernas, que por sua vez guardam mais baús do tesouro! A recompensa por pilhar todos são bandanas, roupas e acessórios com níveis melhores e atributos peculiares, como “mais defesa”, “mais experiência” e assim por diante.
Só que não vai ser tão fácil abri-los: os inimigos pi-ratos vivem rondando as terras e ilhas, as mesmas que servem como campo de combate. Nossos heróis rolam ao toque de um botão para se esquivar, outro botão para atacar com a espada que alternamos com a bacamarte ao toque de um terceiro. Ainda temos magias diversas, entre elas, conjurar um escudo ao redor dos gatchenhos ou, quem preferir ser mais ofensivo, atacar com fogo, eletricidade ou gelo, por exemplo.
E para equipar todos esses itens basta abrir o inventário, que por sua vez abrirá mais espaços para equipar novos objetos à medida que nossos Xeretas ficam mais fortes. E este será o ciclo da jornada da duplinha felina: andar por aí, combater inimigos para pilhar baús e ficar mais forte, mudar de equipamento para combater inimigos antes imbatíveis que estão… por aí!
Mas, espere! Desta vez temos novidades! Logo no começo ganhamos acesso ao nosso navio, claro, afinal somos piRRRatas! E emulando um pouco The Wind Waker, velejamos entre uma ilha e outra, atirando nossos canhões contra as embarcações inimigas que obstruem o caminho.
A comunicação local (aliás, o modo multijogador é apenas local, nada de online) é imprescindível, uma vez que a tela é compartilhada, limitando o quanto podemos nos separar. E dá pra fazer coisas legais, como emboscadas: um gatinho desce do navio, atrai as presas mais duras na queda enquanto o outro espera no navio com a artilharia pesada!
Existe um elemento motivador na cooperação, na brincadeira de superar obstáculos juntos, que potencializa a diversão de Cat Quest III. Aos poucos, negociamos quem vai equipar tal bandana ou quem vai melhor com a arma Felinobusteiro; quem de nós prefere conjurar magias elementais e qual prefere a habilidade de atacar em dobro após uma esquiva.
As cidades têm ferreiros e tabernas onde aperfeiçoamos itens e descobrimos pistas para os procurados da justiça, respectivamente. Alguns personagens passam a perna na gente, como o safado do Zoinho, um gatinho fofo e cego de um olho. Eu disse Zoinho? Pois é, pela primeira vez na série Cat Quest, a tradução fez-se presente… E que maravilha! Brincando com sotaques e jeitos de falar, alguns gatins parecem mineirins ou da roça, como se fossem Chico Bento.
O charme permeia todos os momentos do game, que tem visuais acima de seus antecessores: a câmera mais baixa e efeitos 3D “avançados” dos sprites bidimensionais que andam livremente por este mundo semi-aberto. Navegar sobre o mar brilhante é rápido e não depende de vento ou de acessórios – você vê uma região? Então você consegue chegar lá.
Embora devamos concordar que Cat Quest III não é exigente em termos computacionais, vale dizer que o desempenho das versões testadas, tanto no PC quanto no Switch, foi bom, sempre estável e sem engasgos de qualquer natureza. A única diferença notável era a resolução do console Nintendo, mais baixa que os 4K renderizados com sobras pela RTX do computador.
O que esperar de Cat Quest III?
Com uma escrita descompromissada, jogabilidade leve-leve e a parceria na aventura, Cat Quest III é um mini RPG de ação foférrimo num novo mundo cheio de masmorras e biomas para explorar. Para os veteranos, a resposta dos comandos está aprimorada e a troca de armas entre espadas e pistolas oferece grandes combos de ataques.
Explorar as águas do Pataribe a bordo do barco faz o deslocamento ser mais rápido, conferindo ao título uma velocidade similar àquelas de jogos de plataforma, graças também à simplicidade dos controles.
E, com uma tradução promissora e, pelo que deu pra ver, deliciosa, a caça ao tesouro aqui em casa vai acontecer com certeza quando a criação da The Gentle Bros. chegar às lojas. Ao que tudo indica, o jogo é maior que seus antecessores.
Mal vemos a hora de retornar e içar âncoras – resta esperar agosto para jogar um daqueles games que são dignos de jogar entre risos e presepadas com companhia das nossas gatas ao redor.
Cat Quest III será lançado no dia 8 de agosto para PC, via Steam, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S.
*Preview elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Kepler Interactive.