Final Fantasy VII Rebirth (PC) | Review
Final Fantasy VII Rebirth, a aguardada sequência da trilogia que reinventa o clássico JRPG de 1997, chega ao PC nesta quinta-feira, 23 de janeiro, trazendo uma experiência técnica robusta e otimizada. Não houve acréscimos ou redução de conteúdo em comparação com a versão de PlayStation 5, lançada em fevereiro de 2024, então o foco dessa análise será exclusivamente na parte técnica, e em como o port para computadores se compara, especialmente em desempenho, gráficos e recursos técnicos.
Dito isso, se você quer saber o que achei de detalhes como história e elementos de gameplay de Final Fantasy VII Rebirth, que concorreu à diversos prêmios no The Game Awards de 2024, incluindo o de Jogo do Ano, recomendo ler minha análise aqui antes de começar. Então, bora lá, falar sobre as melhorias da versão de PC? Vem comigo em mais uma review antecipada do Pizza Fria!
Otimização e desempenho
O grande destaque de Final Fantasy VII Rebirth nos computadores, sem dúvida nenhuma, é a otimização e a capacidade de rodar o game em diferentes máquinas. Isso começa ao iniciarmos o jogo na Steam pela primeira vez, ou após algum componente ser atualizado: os sombreadores, conhecidos também como shaders, são preparados para deixar a jogatina mais rápidas. Aqui durou menos de três minutos — um processo notavelmente mais rápido do que em outros títulos recentes, como The Last of Us Part I). Esse detalhe já começou apresentando um belo cartão de visitas sobre a eficiência técnica do port.

À título de referência, testei Final Fantasy VII Rebirth em um AMD Ryzen 7 5700X, equipado com 32GB de RAM e uma GeForce RTX 2080. O jogo foi instalado em um SSD com velocidade de leitura de 3300MB/s. As minhas configurações são levemente superiores às marcadas como recomendadas pela Square Enix focada em um gameplay em Full HD em 60 FPS.
Durante o gameplay, o uso de hardware é bem distribuído. A GPU frequentemente opera a 99% – o que é normal para jogos deste porte – enquanto a CPU mantém-se abaixo de 30%, mesmo em momentos mais exigentes. Isso resulta em uma latência mínima, próxima de 0ms, proporcionando uma experiência fluida e estável.
Comparando com a versão de PlayStation 5, que hoje apresenta um desempenho sólido (um tanto diferente do lançamento), o PC oferece maior controle sobre as taxas de quadros e ajustes gráficos. No entanto, enquanto o PS5 entrega uma experiência em 60 FPS somente no modo desempenho, no PC, alcançar 120 FPS na predefinição média com DLSS requer sacrificar a qualidade visual, especialmente nos detalhes de personagens e cenários.


Curiosamente, ao elevar as configurações pré-definidas para o Alto e manter o DLSS ativado, o jogo segue entregando 60 FPS consistentes com melhorias visuais significativas. Confesso que esse nível de otimização e qualidade me impressionou, destacando principalmente o trabalho eficiente neste port para PC. Vale ressaltar que Final Fantasy VII Rebirth ganhou compatibilidade oficial com o Steam Deck, o que é bem impressionante, levando em consideração a qualidade do jogo e o fato do port de Final Fantasy XVI Complete Edition, lançado em 2024, rodar muito mal no portátil da Valve.
Por fim, eu resolvi testar os limites da otimização na minha máquina e testei Final Fantasy VII Rebirth com as configurações configurações pré-definidas para o Alto, em uma resolução 4K. Usando o Samsung Odyssey OLED G80SD, o jogo chegou à resolução prometida, mas a taxa de quadros, empurrada pelo DLSS, oscila bastante, principalmente em ambientes abertos. É jogável? É. Mas a tecnologia do upscaling em monitores e TVs modernas é tão eficiente que, honestamente, é melhor jogar em 1080p (Full HD), com um FPS mais estável.

A título de curiosidade, testei Final Fantasy VII Remake Intergrade, que faz parte da versão Twin Pack, que traz em um pacote promocional Final Fantasy VII Remake e Final Fantasy VII Rebirth. O título lançado em 2022 não conta, por exemplo, com suporte para DLSS, mas nas pré-definições no Alto, em resolução Full HD, entrega 120 FPS fluídos e estáveis na maior parte do gameplay, sem perda na qualidade gráfica. É verdade que o primeiro título é mais linear, tem um escopo menor e não mapas tão abertos, mas foi curioso ver que a otimização não é novidade na franquia.
Gráficos e pop-ins
Graficamente, Final Fantasy VII Rebirth brilha em ambas as plataformas, mas com nuances. No PC, o suporte à métodos de suavização (como DLSS) é obrigatório e à resolução 4K permite maior flexibilidade para quem deseja priorizar qualidade visual ou desempenho. As cutscenes renderizadas em tempo real mantêm o mesmo impacto visual visto no PS5, demonstrando a consistência técnica entre as versões. Mas, assim como no PS5, as transições de ambientes escuros para claros permanecem um problema.
Entretanto, os pop-ins, presentes no PlayStation 5, também ocorrem no PC. Elementos do cenário e até personagens aparecem apenas quando o jogador se aproxima, comprometendo a imersão em certos momentos. No PC, é possível ajustar o número máximo de personagens exibidos simultaneamente, o que veio predefinido como 5, mas mesmo atendendo aos requisitos recomendados, esse problema persiste.

Design sonoro, tempos de carregamento e uso de SSD
No quesito áudio, a versão de PC impressiona tanto quanto a de PS5. O design sonoro utiliza o áudio direcional com maestria, criando uma experiência imersiva, especialmente com headsets compatíveis. Assim como no PlayStation 5 com o Pulse 3D, no PC, o som ajusta o volume entre os ouvidos com base na distância e direção do diálogo, aumentando a sensação de estar dentro do jogo. Essa qualidade é consistente com a versão de console, o que reforça o esmero técnico da Square Enix. Minha recomendação para jogar usando um fone de boa qualidade, pois a imersão vai aumentar muito.
No PlayStation 5, os tempos de carregamento são praticamente instantâneos graças ao SSD ultrarrápido, um ponto de destaque na análise original. Já no PC, a eficiência dos loadings dependerá do tipo de armazenamento utilizado. O meu SSD é de um nível intermediário, mas achei os tempos de carregamento comparáveis aos do PS5, garantindo viagens rápidas sem interrupções. Porém, temo que em sistemas com HDs tradicionais, é provável que a experiência seja bem menos fluida.

Vale a pena comprar Final Fantasy VII Rebirth?
O port de Final Fantasy VII Rebirth para PC é um exemplo de como adaptar um grande título para outra plataforma sem sacrificar qualidade, pelo contrário, dando ainda mais opções aos jogadores. A otimização, o desempenho e as opções gráficas robustas me ofereceram uma experiência técnica tão eficazes quanto às da versão de PS5, isso em uma máquina que atende os requisitos recomendados. Apesar de pequenos problemas como pop-ins e transições de luz em ambientes escuros, o jogo continua sendo visualmente deslumbrante e imersivo, especialmente com os recursos de áudio direcional.
Para os fãs que aguardavam a versão de PC, Final Fantasy VII Rebirth entrega uma performance sólida e uma personalização que só o hardware de computadores pode proporcionar. Embora algumas limitações permaneçam em ambas as plataformas, a experiência no PC oferece maior flexibilidade e, se a sua máquina for compatível com os requisitos, tenho certeza que você vai apreciar um port bem feito.
Final Fantasy VII Rebirth já está disponível para PlayStation 5, com suporte aprimorado para o PlayStation 5 Pro. A versão para PC chega nesta quinta-feira, 23 de janeiro de 2025, na Steam e na Epic Games Store. O game oferece, inclusive, a versão Twin Pack, que traz em um pacote promocional Final Fantasy VII Remake e Final Fantasy VII Rebirth, os dois primeiros capítulos da nova versão do clássico de 1997.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Square Enix.