Journey to the Savage Planet | Review

Journey to the Savage Planet, game produzido pelo estúdio canadense Typhoon Studios e publicado pela 505 Games, contando com apoio da Epic Games, coloca você na pele de um explorador espacial perdido em um planeta completamente novo. O título, lançado para PlayStation 4, Xbox One e PC, propõe uma experiência bem diferente e, ao mesmo tempo, despretensiosa.

Mas será que o jogo é realmente isso mesmo? Tem algo inovador ou é apenas mais do mesmo? O que podemos esperar de um game de exploração espacial em primeira pessoa? Calma que eu vou contar tudo pra vocês, confira!

Bem vindo ao curioso planeta AR-Y 26

Em Journey to the Savage Planet, você encarna na pele de um explorador espacial, funcionário da Kindred Aerospace, a quarta melhor empresa espacial do mundo. Basicamente você começa o jogo chegando ao colorido planeta AR-Y 26 a bordo da Javelin que, por sua vez, tem vários danos no pouso, algo que força o nosso protagonista a se virar e caçar diversos recursos para sobreviver em um planeta completamente diferente da Terra. Uma coisa legal é que o personagem é enviado ao espaço para saber se há alguma possibilidade de vida no universo, e isso vai sendo divertidamente aprofundado por vídeos recebidos dentro da própria nave.

Ou seja, você terá que trilhar todo um caminho pré-definido, buscando recursos essenciais como silício, alumínio, carbono e uma espécie de liga alienígena que, somados, criam atualizações facilitar a vida do nosso explorador e, assim, avançar na história. Vale ressaltar que no decorrer do game, você irá encontrar alguns puzzles. Mas não se preocupe, eles não são difíceis e nem travam a jogabilidade, sendo mais uma forma de fazer o jogador explorar o mundo ao seu redor.

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O planeta apresenta peculiaridades bem legais. (Imagem: Divulgação)

Clones com memória retroativa, impressora em 3D e tudo mais

Sim, você não leu errado. Journey to the Savage Planet traz todas essas tecnologias. Para aprimorar seus equipamentos, você usará uma espécie de impressora faz-tudo, que se encontra dentro da Javelin. E durante a estadia dentro da nave, ao criar coisas ou simplesmente recomeçar o jogo depois de desligar o videogame, você assistirá diversas propagandas hilárias sobre uma realidade digna de um futuro distópico. E aqui o jogo abusa do humor, um detalhe bem importante para o jogo.

Sobre os clones, eu explico. Quando o jogador morre, automaticamente ele renasce em um clone, contando com todas as memórias do corpo anterior, sendo esse um pretexto diferente para o ressurgimento do personagem. Aliás, a irônica inteligência artificial que nos acompanha na aventura faz uma série de comentários hilários sobre isso ao longo e tudo o que vai acontecendo.  

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Em alguns momentos, muitos inimigos surgem. É melhor estar preparado. (Imagem: Divulgação)

Um catalogador de novas espécies

Pois bem, Journey to the Savage Planet não tem lá uma grande árvore de habilidades, mas conta com alguns aprimoramentos que vão surgindo ao longo da aventura. Por meio dessas novas tecnologias e habilidades, divididas em arma, itens, equipamento, mochila e visor, o progresso no jogo é vai sendo possível, sendo cada uma delas desenvolvidas em missões marcadas na bússola, que fica logo na parte de cima da tela, significando roxo a busca por novas tecnologias e laranja as missões normais.

Durante a estadia no planeta, você também deverá escanear criaturas, plantas e construções alienígenas que irão aparecendo, sendo uma espécie de catalogador de novidades. Estas informações, por sua vez, vão sendo acrescentadas no menu. Nesse ponto, vale ressaltar que os biomas do planeta AR-Y 26 são bem diversos, apresentando criaturas fofinhas e dóceis (e outras nem tanto) e suas variadas formas.

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Criaturas dóceis e curiosas também dão o ar da graça. (Imagem: Divulgação)

O jogo não conta com experiência. Para que o personagem melhore o nível de vida e resistência, ele deve consumir diversas gosmas laranjas que estão espalhadas pelo planeta. Pouco a pouco, elas vão fortalecendo o sofrido explorador. Ou seja, não adianta matar. que não há pontos de experiência e, o máximo que você conseguirá são alguns fragmentos de silício, carbono e alumínio. Nada mais.

Ainda sobre as criaturas, em momentos chave você terá que enfrentar os chefões, criaturas imensas, mas que não são tão difíceis de ser destruídas. Em alguns casos, quando você abrir alguns dos portais de teletransporte que interligam todo o planeta, você poderá se deparar com fissuras que criarão diversos inimigos. No fim, o jogo mescla momentos de sossego e exploração, tendo algumas batalhas, que poderiam ser mais difíceis e mais bem exploradas.

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Os desafios aumentam, mas não surpreendem. (Imagem: Divulgação)

Vale a pena comprar Journey to the Savage Planet?

Particularmente, achei a proposta de Journey to the Savage Planet muito simples, o que é bom. A formação do planeta e das criaturas é bem interessante, trazendo uma diversidade de biomas muito relevante para um jogo. Outro ponto divertido é a dose de humor presente não só nos diálogos, mas nos e-mails recebidos e vídeos enviados pelo dono da Kindred Aerospace. Isso ainda melhor nas cômicas propagandas que vão aparecendo em cada retorno à nave, que tiram sarro do futuro. Melhor ainda, um ponto importante é que o jogo pode ser jogado em modo cooperativo, algo que melhora ainda mais a experiência da aventura.

Journey to the Savage Planet é um game muito simples. Seus gráficos são básicos, muito coloridos e agradáveis. Porém, sua fórmula é meio repetitiva. Mas isso não o torna chato. A principal crítica que tenho é que há pouca dificuldade no decorrer da aventura, algo que tira um pouco do brilho da jornada. A impressão que tenho é que o jogo busca mesclar uma gameplay mais jovem e bastante simples com um humor mais adulto. No geral, eu gostei. A experiência é divertida e bem despretensiosa. Em uma promoção, pode ser uma boa pedida.

Journey to the Savage Planet está disponível em versões digitais para PlayStation 4Xbox One e PC, via Epic Games Store. No entanto, uma versão em mídia física será lançada em breve para PS4. No Metacritic, a versão utilizada para review teve média de 75 pontos.

*Review elaborado no PS4 Pro, com código fornecido pela 505 Games.

Journey to the Savage Planet

8

Enredo

8.0/10

Gráficos e sons

8.0/10

Jogabilidade

8.5/10

Extras

7.5/10

Prós

  • Enredo divertido e bem humorado
  • Variedade de espécies
  • Proposta despretensiosa e divertida
  • Pode ser jogado no cooperativo

Contras

  • Falta um pouco de dificuldade ao jogo
  • Os raros momentos de ação são fáceis demais
  • Pode ser repetitivo para alguns

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.