Sniper Elite: Resistance | Review
Desde o seu lançamento inicial em 2005, a série Sniper Elite conquistou uma base de fãs dedicada, que aprecia o misto de mecânicas de furtividade, precisão em combate e ambientações históricas. Agora, 20 anos depois do lançamento original, a Rebellion nos entrega Sniper Elite: Resistance, o mais novo capítulo da franquia, com uma experiência que se mantém fiel às raízes da franquia.
Mesmo sem reinventar a roda, o novo jogo oferece uma campanha imersiva e mecânicas de gameplay que continuam divertindo e desafiando. Quer saber detalhes dessa aventura? Vem comigo em mais uma review antecipada do Pizza Fria!
Um novo herói em um cenário conhecido
Em Sniper Elite: Resistance, Karl Fairburne não está à frente da história, mas sim, Harry Hawker, agente da Special Operations Executive (SOE), que é enviado ao coração da França ocupada pelos nazistas para impedir o avanço de uma nova e poderosa arma química, conhecida como Kleine Blume. A mudança de personagem pode ser estranha para quem acompanha a franquia, principalmente porque Karl esteve à frente de todos os jogos principais da franquia até então, mas não seja intimidado por isso. Harry também é um personagem interessante!
E isso se dá não apenas por suas habilidades como franco-atirador ou como um exímio combatente furtivo, mas também por estar no coração da Segunda Guerra. Com descendência multicultural e um dom para idiomas, ele carrega uma bagagem que adiciona camadas de personalidade à narrativa. Isso fica ainda mais evidente porque Sniper Elite: Resistance faz questão de mostrar suas raízes: o game é imersivo. Germânicos falam alemão, franceses falam francês e alguns aliados se comunicam em inglês. Nosso camarada, sabiamente, manja um pouco de cada um dos idiomas.

Ao lado de Harry, temos um elenco de suporte que complementa bem a narrativa. Morris Ahmed, seu operador de rádio e amigo leal, oferece um alívio cômico e atua quase como uma bússola moral – embora a decisão final seja sempre do jogador. Marie “Carillon” Renarde, a líder da resistência local, inicialmente se mostra desconfiada, mas desenvolve uma relação de respeito com Harry conforme avançamos na história. E os antagonistas de Sniper Elite: Resistance também são bem caracterizados, com destaque para Otto Kruger, o líder fanático por trás do projeto Wunderwaffe, que é uma ameaça constante.
Ao longo de nove missões principais – oito delas podem ser terminadas com cerca de uma hora, a depender da habilidade do jogador e nível de dificuldade selecionado – Sniper Elite: Resistance entrega uma história que, embora não seja surpreendente, é motivante o suficiente para fazer o gameplay avançar. E como a grande maioria das cutscenes só acontece entre as missões, muitos elementos narrativos são encontrados durante as fases. Funcionou de uma forma legal.

Gameplay cativante
Eu me vi viciado no gameplay de Sniper Elite: Resistance, principalmente pela forma como ele é entregue aos jogadores. As missões permitem diferentes abordagens, desde a furtividade até ataques mais diretos e explosivos. A escolha do nível de dificuldade dita sua experiência. A escolha é sempre do jogador. Essa liberdade continua sendo o ponto forte da franquia, e a forma como o jogador pode adaptar sua estratégia a cada situação torna o jogo dinâmico e envolvente. Apesar disso, preciso ressaltar que a movimentação de Harry é um tanto esquisita. Você pode subir em trepadeiras, escalar muros, pendurar em canos, mas é um tanto curioso como o personagem corre e se move.
Voltando a falar de gameplay: ao longo das nove fases, exploramos objetivos principais e secundários. Equipados com nossos fuzis de longo alcance e armas secundárias oriundas de um vasto arsenal, temos muito o que fazer. Embora as missões principais sejam os que nos fazem avançar na campanha, as tarefas secundárias oferecem um toque extra de imersão ao mundo do game, fornecendo pequenas informações sobre o cenário e recompensando o jogador com pontos de experiência (que servem para aumentar nosso ranking no MP). Há também alvos exclusivos para eliminar em cada fase. Como tudo é opcional, cabe ao jogador decidir se segue por esse caminho, pois ignorá-los não compromete o ritmo da história.

Outro elemento que retorna são as icônicas kill cam (câmeras de eliminação) de raios X, que mostra o impacto dos tiros com detalhes… até demais! Estourar desde cabeças, coração, estômago, intestino e até os testículos dos inimigos segue nos trazendo detalhes de como seu tiro foi bem dado. A marca registrada da série segue bem implementada, aparecendo principalmente quando o jogador não está em combate com os inimigos. Esse recurso, combinado com a variedade de armas autênticas da Segunda Guerra Mundial, oferece uma satisfação única a cada disparo bem-sucedido. Se você preferir uma abordagem mais furtiva, fique tranquilo: também temos câmeras para eliminações corpo a corpo.
A questão do level design me chamou muita tenção em Sniper Elite: Resistance. Cada fase tem suas peculiaridades, então é preciso se adaptar rápido. Em algumas, você vai ter liberdade, ou espaço, para atirar de longe e fazer melhor uso do seu sniper. Em outras, é necessário infiltrar em bases, usar armas silenciosas e produzir uma série de eliminações furtivas. São elementos que valorizam a jogabilidade, visto que você vai precisar trocar frequentemente à abordagem conforme progride na história.

Novidades que vão além da campanha
Sniper Elite: Resistance segue com bastante conteúdo adicional, além da campanha, que oferecem horas de gameplay para os jogadores mais engajados. A campanha pode ser jogada inteiramente em modo cooperativo, e temos o retorno do modo Invasão do Eixo, onde você pode invadir a campanha de outro jogador como um sniper inimigo, adiciona uma camada interessante de tensão e estratégia – caso você deixe essa opção habilitada. O controle está nas suas mãos.
Além disso, temos os tradicionais modos competitivos, como Mata-Mata, Duelo de Equipes, Confronto de Esquadrões e o novo Lados Opostos, que coloca os jogadores em lados opostos do mapa, onde eles não podem se aproximar e devem usar seus fuzis para acertar o outro time, à distância. Infelizmente, não pude testar nenhum dos modos multiplayer do game, pois não encontrei jogadores no período pré-lançamento.
Outra grande novidade de Sniper Elite: Resistance é o Desafio de Propaganda. Desbloqueado ao encontrar pôsteres escondidos durante a campanha, este modo introduz desafios cronometrados em três categorias: furtividade, combate e tiro de longa distância. Esses desafios são um complemento interessante para o gameplay, incentivando o fator replay e a busca por uma pontuação mais alta. Embora não sejam uma adição revolucionária, adicionam uma boa variação à experiência principal.

Desempenho e visuais
No PlayStation 5 Pro, o desempenho de Sniper Elite: Resistance é excelente, com uma taxa de quadros estável em 60 FPS e tempos de carregamento rápidos. Os gráficos são competentes, apresentando ambientações detalhadas e autênticas que capturam bem a atmosfera da França ocupada. Apesar disso, alguns jogadores podem sentir falta de um pouco mais de brilho nos efeitos visuais, especialmente quando comparados a outros títulos modernos.
Na parte sonora, um show à parte. A ambientação é um espetáculo. Além dos personagens serem dublados em seus idiomas nativos, o jogo faz um bom uso de elementos como o Pulse 3D com o direcionamento e a localização dos passos dos inimigos, além de variados sons para cada uma das armas que encontramos. É de se tirar o chapéu. Melhora ainda mais quando temos legendas em português do Brasil.

Vale a pena comprar Sniper Elite: Resistance?
Sniper Elite: Resistance pode não trazer inovações drásticas à franquia, mas é um exemplo claro de como refinar uma fórmula bem-sucedida. Com uma campanha envolvente, mecânicas flexíveis e modos multiplayer variados, o título entrega uma experiência sólida e satisfatória. Harry Hawker é um protagonista digno, e as novas adições, como o Desafio de Propaganda, oferecem algo extra para os veteranos da série.
Se você é fã de jogos de furtividade e estratégia, Sniper Elite: Resistance certamente merece sua atenção. O game entrega exatamente o que os jogadores esperam da franquia: missões desafiadoras, momentos tensos e a satisfação de ver aquele headshot perfeito através da kill cam. Rebellion mais uma vez demonstra por que Sniper Elite é uma das séries mais respeitadas do gênero.
Sniper Elite: Resistance chega nesta quinta-feira, 30 de janeiro, para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series X|S e PC, via Steam. Compradores da edição Deluxe ganham acesso antecipado de dois dias, podendo começar o gameplay na próxima terça, 28. O título estará disponível sem custo adicional para assinantes do Game Pass, tanto no console, quanto no PC, a partir da data de lançamento. O título também pode ser adquirido na Nuuvem, através de gift cards, com uso de eventuais cupons e parcelando em até 12x no cartão. Os links acima auxiliam o Pizza Fria a continuar crescendo!
*Review elaborada no PlayStation 5 Pro, com código fornecido pela Rebellion e Nuuvem.