World War Z: Aftermath | Review
World War Z: Aftermath é a versão definitivamente, totalmente e certamente aprimorada do World War Z lançado em 2019. Desenvolvido e publicado pela Saber Interactive, o jogo nos coloca no controle de vários sobreviventes em diferentes momentos e cidades ao longo do apocalipse zumbi enquanto lutamos pela vida contra uma quantidade adorável de mortos-vivos.
Será que vale revisitar o título, com essa nova pintura? É o que veremos agora.
Velhos mortos, novos truques
Olá, leitor. O que faz andando por essas bandas? Puxe esse banquinho mordido e se sente ao fogo, vou contar uma bela história. Sobre como as coisas chegaram a esse ponto, o curso natural dos fatos e seu final previsível! De quando os mortos se levantaram, de quando retornaram para nos assombrar. Pior! De quando jogos antigos foram lançados com expansões e com nomes diferentes! Buuu, que medo!
Eu, delirando? Ora leitor, não me interrompa! Lembro de quando tudo começou para mim, por volta de 1996. Ah, belo, belo Resident Evil. Zumbis, da forma que vemos hoje, já eram bem famosos desde meados dos anos 60, se bem me recordo. A Volta dos Mortos Vivos, de Romero, fez com eles se tornassem os queridinhos do terror. E meu chegado Resident ajudou, ao que entendo, que tivessem um lugar garantido no mundo dos videojogos.
Zumbis são a saída para quase tudo, ao que me parece. Inimigos idiotas para se enfrentar ao monte, sem questões morais atreladas? Zumbis. Inimigo em horda que correm loucos e atacam? Zumbis novamente. Ooh, um perigo implacável e indomável que destrói o mundo e faz com que a humanidade mostre seu pior? Principalmente se forem xerifes que acordam sem memórias em hospitais? Melhor chamar os Z novamente! Ah, clássico.
World War Z: Aftermath conta com os zumbis da seção 492, parágrafo 3: corredores enlouquecidos. Eles vem voados em uma onda constante de raiva e agressividade. Aliás, é um ponto positivo notar que há uma grande quantidade de inimigos vindo em sua direção a todo momento, e a ação nunca para. Além disso, eles fazem escadinhas igual vimos no filme. Que fidelidade!
O ciclo de jogo é bem parecido com o que já estamos acostumados em títulos como o clássico Left 4 Dead. Quatro pessoas iniciam as fases em um ponto A, e devem passar por hordas de inimigos em direção ao ponto B. Jogue alguns objetivos aleatórios de defesa de ponto ou NPCs aqui e ali e terá a receita do sucesso, testado e aprovado.
Não é nada que vá abalar seu mundinho, mas funciona. World War Z: Aftermath deu uma boa repaginada no que era apresentado pelo título original, seja em classes extras ou na adição de fases novas. Além disso, colocaram um modo em primeira pessoa que ficou um mimo. Realmente dá uma sensação completamente diferente enxergar o jogo por cima dos ombros dos personagens ou pelos olhos deles.
World War Z: Aftermath tem, além dos corredores básicos, alguns tipos de inimigos especiais. Temos aqueles que te prendem no chão, outros que ficam te socando e só tomam dano pelas costas. Pequenos ratos famintos, enfim. É algo comum em títulos desse estilo, mas ajuda bem a quebrar a rotina de enfrentar só uma oposição fraca. Além disso, é bom para incentivar os jogadores a se ajudarem e cooperarem. Ou se xingarem, depende do calor do momento.
World War Z: Aftermath adiciona mais algumas classes aquelas que haviam no jogo base. Por exemplo, agora temos especializações em armas como pistolas, explosivos e escudos. Esse ultimo, chamado Vanguard, é bem legal. Ele tem a capacidade de avançar em cima dos zumbis para limpar o caminho ou sair do meio da bagunça. É bem legal e divertido de jogar.
Cada especialização conta com habilidades e armas especiais específicas, como escudos e armas de choque. Além disso, começam com equipamentos diferentes e concedem bônus para os outros jogadores da equipe. Elas ficam mais fortes conforme utilizadas, em um sistema de níveis padrão. É bem interessante, e ajuda a manter as coisas variadas, além de favorecer estilos de jogo específicos.
Uma coisa que me irritou profundamente foi a inteligência artificial dos personagens controlados pelo jogo. Eles entram na sua frente, não ajudam a fazer objetivos, não usam armas fortes toda hora, não curam. Simplesmente terrível, e foi uma fonte de frustração considerável para mim. Sem brincadeira, parece que são os verdadeiros zumbis aqui.
O maior problema disso vem ao jogar em dificuldades mais altas. Como World War Z: Aftermath é uma experiência, acima de tudo, cooperativa. Logo, é esperado que os jogadores façam de tudo e se ajudem no que for possível. Inimigos nas missões mais complicadas batem com força, e precisamos nos mover rápido e bem coordenados.
Isso, infelizmente, não é viável com os bonecos controlados pela máquina. Claro, nada vai te impedir de jogar no normal. Habilidoso que sou, só joguei do difícil pra cima enquanto analisava se ficava tão ruim assim. Portanto, não é nada que vá quebrar sua experiência de jogo. Mas, prepare-se para ter sua paciência testada algumas vezes.
Visuais e Sons
World War Z: Aftermath tem gráficos bem legais, principalmente nas configurações mais altas. Os modelos são detalhados, os efeitos são bonitos e as animações são bem feitas. O que mais me impressionei foi o fato de não haverem quedas significativas de frames nos momentos de maior confusão, principalmente com as ondas de inimigos aparecendo na tela.
As músicas são OK, e os efeitos sonoros dão o tranco necessário para não parecer que estamos atirando com arminhas de espoleta. Além disso, a trilha sonora me lembrou muito aquelas que vimos no cinema, o que achei interessante devido ao fato do jogo puxar bem para o filme lançado há alguns anos. Seu aproveitamento pode variar, mas ao fim e ao cabo o que está sendo ofertado cumpre com o que era necessário.
Vale a pena comprar World War Z: Aftermath?
World War Z: Aftermath é um jogo bem divertido se você gostar de zumbis, e sente uma falta enorme de Left 4 Dead. Talvez a comparação seja injusta, mas o clássico da Valve ainda é o sarrafo utilizado para julgar quase todos os títulos do gênero. Mas não pense que o que está sendo avaliado aqui é um clone, por favor. Ele tem diferenças e qualidades mais que suficientes para figurar entre os mais agradáveis desse estilo.
As novas classes, cenários, armas e o modo em primeira pessoa introduzidos nessa versão são muito interessantes. E fazem valer revisitar as ruas infestadas de zumbis. Se você já tiver jogado muito o jogo base pode discordar um pouco, mas de qualquer forma a experiência é agradável. Um único problema é que, mesmo sendo uma versão teoricamente definitiva, ela contém muito conteúdo vendido em forma de microtransações.
Ao fim e ao cabo, World War Z: Aftermath me divertiu. É tenso em alguns momentos, divertido em todos e é fascinante ver os zumbis correndo, tropeçando uns nos outros e fazendo pequenas ondinhas felizes. Além disso, os modos cooperativos, diversas classes e missões ajudam a dar uma vida (lol) maior para o título. Se gostar de zumbis, como eu, não há de se arrepender. Recomendo.
World War Z: Aftermath está disponível para PlayStation 4, Xbox One, e PC via Epic Games Store e Steam, com compatibilidade no PlayStation 5 e Xbox Series X a 4K e 60 FPS.
*Review elaborada em um PC equipado com AMD RX, com código fornecido pela Saber Interactive.