Phantom Brave: The Lost Hero | Review
Phantom Brave: The Lost Hero é um JRPG de turnos, continuando a história do original lançado em 2004, desenvolvido pela Nippon Ichi Software, Inc. e publicado pela NIS America. Nele, acompanhamos as aventuras da chroma Marona, uma garota capaz de se comunicar com, e dar uma forma física para, fantasmas e monstrinhos relacionados.
E aí, será que vale a pena encarar essa aventura? É o que saberemos agora, em mais uma análise sobrenatural do Pizza Fria.
Fantasminhas camaradas
Muitas coisas acontecem em 21 anos, leitoras e leitores. Franquias começam e terminam, séculos mudam, times caem e sobem de divisão, bebês se tornam universitários e meus joelhos ficam cada vez mais rígidos e barulhentos. De fato, duas décadas são mais do que suficiente para que muita coisa aconteça, inclusive continuações de jogos queridos que, até então, nunca acreditávamos que teriam uma segunda rodada.
Do que estou falando, vocês se perguntam? Será que é mais uma daquelas vezes que saio escrevendo as loucuras da minha cabeça sem rima nem compasso, apenas para silenciar o turbilhão de ideais? Parcialmente, caros e caras. Mas, na verdade, o maior motivo para isso é nosso queridinho de hoje, o surpreendente Phantom Brave: The Lost Hero.
Me lembro até hoje da agradável surpresa que foi jogar o primeiro Phantom Brave, em sua versão aprimorada, no portátil mais bolado da história, vulgarmente conhecido como PlayStation Portable. Que máquina, minha gente! Foi com essas doces memórias, e pensamentos de “meu Deus como estou ficando velho”, que comecei a julgar (com carinho) essa mais nova aventura da Marona. Mas, será que deu bom? É o que veremos agora.

História
Phantom Brave: The Lost Hero continua as aventuras de Marona, uma garotinha com um poder especial que a permite conversar e dar forma física para fantasmas. Após os eventos do primeiro jogo, nossa camarada e seu protetor Ash decidem sair pelo mundo ajudando pessoas e derrotando monstros. Os negócios da família, não é mesmo? Mas, infelizmente, o futuro teria outros planos para nossa dupla dinâmica.
O ataque de uma fragata fantasma acaba separando os dois, atirando Marona ao mar e fazendo com que ela derive até a ilha habitada pelos piratas Argento. Lá, ela conhece e se torna amiga de Apricot, a tímida e corajosa fantasma que se vê promovida à capitã depois de seu pai sumir nos mares. Agora, as duas sairão em busca de seus entes queridos se envolvendo em tretas e mais tretas, enfrentando tripulações rivais, golpistas e tudo mais que vier pela frente.
A trama de Phantom Brave: The Lost Hero é bem leve, embora saiba pesar o clima nos momentos em que se faz necessário. Isso é algo que já acontecia no primeiro título, e em outros da Nippon Ichi, que realmente ajuda a dar um ar de surpresa e um que de inesperado para a experiência. Além disso, temos uma série de personagens muito legais de acompanhar, tão fofos quanto carismáticos. Apricot, por exemplo, é um mimo de pessoa (ou fantasma).

Jogabilidade
Phantom Brave: The Lost Hero é um jogo de combate em turnos, lembrando muito outros títulos fantásticos da empresa como Disgaea 7: Vows of the Virtueless, no qual controlamos uma série de personagens diferentes, com variadas classes e habilidades únicas. O pulo do gato, aqui, é que o título utiliza um sistema chamado Confine, no qual Marona faz com que seus fantasmas “possuam” determinados objetos que os permitem ficar em batalha por um determinado número de turnos.
Esse lance é interessante por uma série de motivos. Primeiro, porque nos faz precisar pensar sobre o momento certo de colocar cada unidade em campo. Afinal, mandar todos nossos bonecos mais fortes logo de cara pode fazer com que não tenhamos como segurar a onda se o combate se estender demais. Além disso, cada item utilizado para invocar nossos fantasmas pode conferir benefícios únicos, tanto relacionado ao tipo de arma que utilizam quanto aos seus atributos, fortalecimento de ataques, defesas e por aí vai.
Além disso, Phantom Brave: The Lost Hero também permite que usemos certos gadgets, que podem ser invocados por Apricot e construídos ou melhorados em nossa base. Temos canhões, robôs, catapultas que lançam os bonecos lá longe, e muito mais. São super divertidos de utilizar, e nos dão mais ferramentas tanto para explorar as arenas de combate quanto para lidar com os inimigos que nos esperam.
Seguindo a fórmula, podemos recrutar e treinar diversos tipos de unidades humanoides ou não. Cada uma delas possui suas particularidades, tanto em habilidades quanto com o tipo de arma que usam. E temos vários deles, indo de coisas comuns como espadas e lanças até peixes, vasos e florzinhas. Tudo bem divertido e variado, do jeito que gostamos. Por fim, Marona ainda pode se fundir com alguns dos fantasmas para utilizar habilidades exclusivas, o que aumenta ainda mais a gama de opções do jogador.

Phantom Brave: The Lost Hero utiliza um esquema de movimentação que nos permite andar dentro de um círculo cujo tamanho varia de acordo com os atributos da unidade. Podemos nos deslocar livremente, pulando sobre obstáculos e parando onde for mais adequado para atacarmos. Isso é legal, mas achei um pouco enjoado sair de certos lugares mais apertados ou alinhar o personagem para que uma bola de fogo pegasse em todos que eu queria. Até podemos utilizar alguns botões para ajudar, mas ainda não é tão ideal assim.
O jogo também disponibiliza uma boa quantidade de conteúdo adicional, em maior parte focado nas missões secundárias que podemos realizar, nas melhorias de nossa ilha base e em dungeons aleatórias que criamos depois de recrutar uma classe especifica. Phantom Brave: The Lost Hero tem bastante a oferecer, e jogadores acostumados com outros títulos da NIS se sentirão em casa.
Fora isso, Phantom Brave: The Lost Hero também faz uso do sistema de tripulações e navios. Ele permite que coloquemos personagens dentro de navios, cada qual com sua posição definida na tripulação, que conferem vantagens únicas. Ganho de EXP aumentado, mais dinheiro por inimigo abatido, mais recurso que utilizamos para recrutar novos bonecos, e por aí vai. É uma mecânica bem legal que, quando usada de forma sagaz, pode dar uma vantagem considerável ao jogador.

Sons e visuais
Phantom Brave: The Lost Hero deixa para trás o estilo pixelizado de seu antecessor para abraçar a nova era de gráficos 3D, com algumas pitadas de desenho, vistas em títulos mais recentes. A mudança foi bem vinda, nos dando modelos bem fofos e muito bem animados e desenhados. O único problema que senti foi com o desempenho, que cai consideravelmente no modo portátil do Nintendo Switch quando temos muitos elementos na tela. Coloco isso aqui porque, ao meu ver, mesmo os gráficos agradáveis que são não possuem um detalhamento tal que justifique essas quedas.
Na parte sonora, temos uma trilha bem legal cheia de músicas cativantes e divertidas de ouvir. Elas não se repetem muito, e temos uma variedade tal que sempre poderemos escutar algo diferente enquanto trocamos tapas e socos com os diversos vilões da história. As vozes também estão bem legais, principalmente no original japonês, mas esqueceram de deixar legendado para a gente. Uma pena.

Vale a pena jogar Phantom Brave: The Lost Hero?
Phantom Brave: The Lost Hero, leitores e leitoras deste site bom demais para este mundo cruel, foi um jogo que me pegou de surpresa quando anunciado. De fato, não esperava ver Marona e sua trupe de fantasmas desajustados tão cedo, mas admito que foi uma daquelas belas surpresas que a vida prepara para nós de vez em nunca, sabem como é?
O título consegue trazer muitas ideias icônicas do anterior, como o sistema de confine por exemplo, ao mesmo tempo em que injeta nova vida e ideias para deixar a fórmula ainda mais refinada e atraente para a nova geração de jogadores. Fora isso, temos um sistema de combate bem divertido, uma boa variedade de mecânicas, personagens divertidos de acompanhar e muito para se fazer e descobrir. Salvo a movimentação meio estranha nas arenas, a queda de frames e a falta de legenda, não temos muito do que reclamar.
Sendo assim, fica fácil recomendar Phantom Brave: The Lost Hero tanto para os que já conheciam a Marona quanto aqueles que nunca escutaram falar dela e de seu poder nada comum. Além disso, fãs do gênero terão muito para ocupar seu tempo, principalmente se decidirem por explorar tudo que o título tem para oferecer, levar as diversas classes até os níveis máximos e derrotar todos os malvadões. Se queria uma aventura fantasmagórica pelos sete mares, a hora é essa.
Phantom Brave: The Lost Hero chega para Nintendo Switch, PlayStation 4 e PlayStation 5 no dia 30 de janeiro, com a versão para PC, via Steam, chegando no outono.
*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela NIS America.
Phantom Brave: The Lost Hero
BRL 299,90Prós
- Personagens carismáticos e legais de acompanhar
- Muitas classes para utilizarmos
- Sistema de confine aprimorado traz uma boa variedade e potencial estratégico ao combate
- Bastante conteúdo para explorar dentre missões primárias, secundárias e os mapas aleatórios
- Muitos equipamentos e habilidades para escolher
Contras
- Sem legenda em português
- Andar pelos cenários de combate é meio estranho
- Quedas de frames em alguns momentos mais caóticos