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The Alters: tudo o que sabemos sobre o novo jogo da 11 bit studios

Se você é do tipo que vez ou outra se questiona pensando “e se eu tivesse feito uma escolha diferente lá atrás?”, prepare-se: The Alters transforma esse devaneio em uma experiência intensa, claustrofóbica e profundamente emocional. Criado pela 11 bit studios, os mesmos nomes por trás dos aclamados Frostpunk e This War of Mine, o novo game mistura construção de base, sobrevivência em planeta hostil e conflitos com versões alternativas de você mesmo. Sim, você leu certo. E realmente, é tão insano quanto parece.

Com lançamento marcado para 13 de junho no PC, via SteamEpic Games Store e GOG.com, Xbox Series X|S, PlayStation 5 e Game Pass já no dia um, The Alters promete ser uma das experiências narrativas mais originais do ano. A seguir, destrinchamos tudo o que já sabemos sobre o jogo, desde a jogabilidade às complexidades emocionais de clonar a si mesmo. Confira!

A premissa: “E se?” como motor de sobrevivência

No centro da narrativa está Jan Dolski, um trabalhador comum em uma missão de mineração que dá muito errado. Após um acidente, ele se vê sozinho em um planeta onde o nascer do sol significa morte certa. O tempo está contra ele. Literalmente. Com três dias antes de o sol incinerar a superfície, sua única chance de sobrevivência é colocar em funcionamento uma base móvel, robusta e autossuficiente. O problema? Ele está sozinho. Ou melhor, quase… Eu explico.

Graças a um recurso alienígena chamado Rapidium, Jan tem acesso a uma tecnologia capaz de criar versões alternativas de si: os chamados Alters. Cada clone é moldado por uma vida diferente, decisões tomadas (ou não), traumas superados (ou não), carreiras perseguidas (ou abandonadas). Assim, The Alters não é apenas um jogo de sobrevivência: é uma análise crua e melancólica das múltiplas versões de quem poderíamos ter sido. É quase um convite à loucura, mas gostamos!

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Imagem: Divulgação

Gameplay: base-building, exploração e gerenciamento emocional

Sobre a jogabilidade, ela combina elementos de crafting, gerenciamento de recursos e construção modular de base, com uma pitada bem generosa de drama interpessoal, algo que dá toda a profundidade da coisa. Para sobreviver, Jan precisa dos Alters, mas eles não são simples NPCs que obedecem ordens. Cada Alter possui uma personalidade distinta, habilidades únicas e uma visão própria de mundo. Um deles pode ser um cientista pragmático e totalmente frio; outro, um botânico apaixonado e emotivo; e ainda outro, um soldado disciplinado e autoritário. Você não só terá que organizar tarefas e manter a base funcionando, como também administrar a saúde emocional de cada membro do time.

E o jogo não perdoa quem ignora esse aspecto: Alters insatisfeitos podem entrar em colapso emocional, se recusar a trabalhar ou até se rebelar contra Jan, o que será um baita problema. Desta forma, o gerenciamento do estado psicológico de cada clone é tão importante quanto construir torres de mineração ou distribuir comida. Imagine só o quão caótico seria lidar com tantas versões de você mesmo? Pois é…

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Imagem: Divulgação

Narrativa: múltiplas camadas e finais possíveis

A estrutura narrativa de The Alters até então tem tudo para ser fascinante. Há uma camada principal, que acompanha a missão de Jan para escapar do planeta. Mas há também as subtramas individuais de cada Alter, que refletem seus passados forjados artificialmente no processo de clonagem. Algumas dessas histórias se chocam entre si, outras despertam questionamentos sobre identidade, moralidade e livre-arbítrio, sendo estas questões pontos fortíssimos em jogos da 11 bit studios, que consegue ser sempre incrível em nos fazer pensar ao jogar seus títulos. Quem não ficou reflexivo após Frostpunk ou This War of Mine não entendeu nada da premissa…

Além disso, o jogo adota um sistema de narrativa emergente, em que suas decisões (até as logísticas, como onde construir um módulo ou que tarefa priorizar) influenciam diretamente o rumo da história. Portnato, os finais variam, e nenhuma run será igual à outra, algo que nos faz querer testar novas possibilidades. E como você não pode criar todos os Alters em uma única campanha, o fator replay aqui é altíssimo, dando uma sobrevida incrível ao jogo.

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Imagem: Divulgação

A base: lar, trabalho e palco de tensão

A base móvel é mais do que um hub. Ela é justamente o reflexo das suas decisões. Com estética que lembra Fallout Shelter ou XCOM, você posiciona módulos, como dormitórios, cozinhas e laboratórios, enquanto lida com espaço limitado, acidentes estruturais e o inevitável desgaste do tempo. É quase uma base avançada de vários “eus”. Ou melhor, é exatamente isso.

Já do lado de fora, o planeta é totalmente hostil, mas repleto de belezas. Portanto, espere presenciar tempestades magnéticas, regiões isoladas e anomalias gravitacionais causadas pelo Rapidium. Além disso, durante as incursões, teremos de encontrar depósitos de recursos raros, que fazem da exploração um risco constante. Mas ignorar essa etapa pode custar caro. Afinal, tudo exige tempo, e tempo é o recurso mais escasso de The Alters.

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Imagem: Divulgação

Alter Ego: dilemas morais e relacionamentos delicados

Se em This War of Mine o dilema era dividir um pão com um sobrevivente, em The Alters é decidir se você mesmo merece ser perdoado. Os Alters não são somente ajudantes, são espelhos deformados, confrontando Jan com suas falhas e arrependimentos. Há momentos especialmente densos, como o encontro com um Alter que ainda ama a ex-mulher de Jan e afirma ter tido um relacionamento melhor com ela. Você os impede de se reconectar? Ou permite que uma versão “melhorada” de você mesmo tenha o que você perdeu?

Além disso, os Alters não foram criados com memórias reais: tudo foi simulado com base nas possibilidades de vida de Jan, como se novas linhas temporais fossem liberadas através de suas outras versões. Saber que suas dores são apenas fabricadas não os torna menos humanos, e o jogo explora esse paradoxo de maneira profundamente tocante.

Visual e dublagem: imersão de ponta a ponta

Visualmente, The Alters se mostra como algo impressionante. A base em movimento, os efeitos de distorção causados pelo Rapidium e as paisagens alienígenas criam um ambiente ao mesmo tempo sufocante e encantador. Tudo tem um propósito estético e narrativo. A trilha sonora acompanha esse tom introspectivo, reforçando a ideia de que você está em constante conflito interno e externo.

Na dublagem original, Alex Jordan dá voz a todas as versões de Jan, variando sotaques, entonações e emoções brilhantemente. Ao que tudo indica, cada Alter parece único, mesmo compartilhando o mesmo rosto. E, se for isso mesmo, a performance certamente será digna de premiação.

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Imagem: Divulgação

Afinal, o que esperar de The Alters?

The Alters não é somente um jogo; é uma provocação existencial embalada em mecânicas envolventes e uma atmosfera sci-fi diferenciada. É uma experiência que vai além da clássica fórmula de sobrevivência, porque coloca o jogador frente a frente com dilemas que normalmente evitamos até mesmo em pensamentos. “E se eu tivesse escolhido outro caminho?” Essa pergunta, que parece simples, é transformada aqui em motor narrativo, mecânico e emocional. E o mais surpreendente: cada resposta possível carrega consequências.

Com um elenco de personagens que são, ao mesmo tempo, versões e distorções de si mesmo, The Alters te convida a liderar uma equipe formada pelos seus próprios “eus alternativos”, todos com vozes, medos, ambições e traumas. Essa dinâmica, aliada ao gerenciamento de base, à corrida contra o tempo e ao peso das decisões, oferece uma profundidade que poucos jogos ousam explorar.

A jornada existencial de The Alters: “e se você tivesse feito outra escolha?”

Para quem se encantou com narrativas morais e estratégicas de Frostpunk ou a sobrevivência de civis em meio a uma guerra em This War of Mine, esse novo título da 11 bit studios, que se destaca por trazer experiências grandiosas para os jogadores, promete bastante.

Com lançamento confirmado para o dia 13 de junho, The Alters tem tudo para ser um dos grandes marcos do ano, e não apenas pelo seu gameplay inovador, mas pela forma como entrelaça temas como arrependimento, identidade e superação. Mais do que um jogo de sobrevivência em planeta hostil, ele é um mergulho profundo na psique humana, onde cada construção é um confronto com o passado e cada decisão pode transformar o futuro.

Por fim, se tudo correr como parece, prepare-se para uma experiência totalmente diferente. Porque sobreviver, aqui, não depende só de recursos e estratégia, mas de coragem para encarar quem você foi, quem você é, e quem você poderia ter sido.

Sobre The Alters

Em The Alters, os jogadores assumem o papel de Jan Dolski, um trabalhador comum que se vê como o único sobrevivente de um acidente em um planeta hostil. Para escapar da ameaça constante de um sol inclemente e manter em funcionamento uma base móvel projetada para uma tripulação inteira, ele precisa contar com os Alters—versões alternativas de si mesmo, criadas a partir de escolhas que ele nunca fez.

Além da narrativa dinâmica e centrada em escolhas significativas, The Alters combina elementos de exploração, gerenciamento de recursos, construção e manutenção da base. A equipe de desenvolvimento inclui membros responsáveis por This War of Mine, título aclamado por sua abordagem séria e impactante sobre sobrevivência em tempos de guerra.

The Alters tem lançamento previsto para 2025, com versões confirmadas para PC, via SteamEpic Games Store e GOG.com, Xbox Series X|S e PlayStation 5. O título também estará disponível no catálogo do Xbox Game Pass e PC Game Pass.

Álvaro Saluan

Historiador e cientista social de formação, é completamente apaixonado por videogames e escreve sobre o tema há uns bons anos. Vê os jogos para além do entretenimento, considerando todo o processo como uma grande e diversificada arte.