MotoGP 25 | Review
Em toda review de jogo anual, costumo falar o mesmo: a expectativa do público cresce, e a comparação com o ano anterior acontece. E no caso de MotoGP 25, game da Milestone, disponível para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC via Steam e Epic Games Store, a coisa não é diferente. Prometendo trazer novidades e melhorias, MotoGP 25 traz o maior campeonato de motovelocidade do mundo para o mundo dos jogos de uma maneira bem interessante, sobretudo para quem é fã da modalidade. Mas afinal de contas, o que há de novo para nós? A jogabilidade foi aprimorada? Há mais conteúdos? Esses e outros detalhes serão abordados a seguir. Confira!
Acessível, completo e revigorado
Logo que consegui jogar MotoGP 25, a primeira impressão que tive foi bem bacana. Afinal de contas, o jogo realmente conseguiu alguns aprimoramentos gráficos e de jogabilidade bem interessantes. Além disso, o título traz consigo uma grande carga de fidelidade à categoria, conhecida por toda a sua adrenalina. Todas as pistas oficiais e escuderias estão incluídas, trazendo uma grande recriação dos campeonatos de MotoGP, Moto2 e Moto3. Mas o que mais me surpreende em MotoGP 25 é como ele consegue equilibrar o respeito à simulação com uma generosa abertura à diversão descompromissada, trazendo um algo a mais de arcade.
Os novos modos Race Off, que incluem categorias como Flat Track, Motard e Minibike, trazem mais liberdade e variedade ao jogo, embora não encantem muito, convenhamos. Contudo, para quem gosta de ficar imerso no mundo das duas rodas, eles permitem uma pausa no ritmo intenso das corridas, oferecendo pistas dedicadas e físicas próprias para cada tipo de moto. Mas, a meu ver, esses modos acabam soando meio simplórios, como se fossem uma tentativa de fuga e sobrevida do jogo, funcionando mais como uma lufada de ar fresco entre um GP e outro, não sendo nada mais do que isso.

O espírito de acessibilidade de MotoGP 25 se reflete também nos modos Arcade Experience e Pro Experience. O primeiro é ideal para quem só quer curtir a velocidade sem se preocupar demais com a física do jogo, que é bem sólida, mas ainda não é algo que possa ser considerado “definitivo”. Já o segundo é o território daqueles fãs de simulação hardcore, onde o mínimo erro custa caro e o controle fino da moto faz toda a diferença. Essa dualidade é um dos grandes méritos de MotoGP 25: ele sabe ser leve e pesado na mesma medida, dependendo somente do quanto você quer se aprofundar. Adoro essa acessibilidade. Afinal, ela torna o jogo apto para todas e todos.
O modo Carreira segue sendo incrível
Eu sempre curti demais o modo Carreira, sobretudo por ser muito amplo e ensinar mais sobre o mundo da competição. E em MotoGP 25, podemos considerá-lo como o coração da franquia. Totalmente remodelada, a campanha agora gira em torno de Turning Points, pontos de decisão que moldam sua jornada como piloto. Quer começar do zero, na humilde Moto3, ou já pular direto para um time de respeito na MotoGP? Você pode escolher. E, acredite, ela realmente impacta sua experiência de jogo. Como a jogabilidade é extremamente detalhada, pilotar um Moto3 é bem diferente de um MotoGP. Há muito mais potência no segundo, bem como dificuldade.
Portanto, mais do que uma sequência de corridas, a carreira é uma construção gradual do jogador, em que é possível definir objetivos pessoais, rivalidades, o nível de intervenção dos comissários do campeonato e, acima de tudo, participar ativamente do desenvolvimento da motoca. Aliás, esse ponto é muito interessante, e bem aplicado no jogo. Inclusive, o relacionamento com os engenheiros da equipe ganhou mais destaque nesta edição. O feedback que você dá sobre o desempenho da máquina influencia diretamente nas melhorias que serão implementadas futuramente. Essa camada estratégica adiciona profundidade e recompensa o jogador que pensa além do grid de largada.

As decisões são realmente significativas, e o jogo faz um excelente trabalho em garantir que cada uma delas tenha consequências reais. Pode parecer um mero detalhe para alguns, mas esse senso de agência faz com que o modo Carreira deixe de ser um roteiro predefinido, bem comum em jogos esportivos, e se torne uma jornada mais personalizada para nós. Portanto, para quem busca total imersão e construção de narrativa, esse modo é maravilhoso!
Jogabilidade, gráficos e sons primorosos
Entre as inovações mais notáveis percebidas no MotoGP 25, está o cuidado com a parte de áudio. Pela primeira vez na franquia, os sons dos motores foram realmente captados diretamente nas pistas, em parceria com as equipes oficiais da MotoGP. O resultado? Um espetáculo sonoro que vai além do ronco dos motores. Realmente, a coisa fica ainda mais imersiva, e não há como ignorar o barulho das motos, que é o ápice da modalidade. Sério, gente. Quem já viu corrida de moto ao vivo vai entender bem o que estou falando. É simplesmente sensacional!
Com isso, MotoGP 25 nos propõe dois presets, Passion e Focus, que oferecem experiências bem distintas: enquanto o primeiro amplifica a vibração das arquibancadas e da multidão, o segundo mergulha o jogador no som puro da máquina e da pista, ideal para quem prefere correr em estado de concentração máxima. No meu caso, sempre jogo com a câmera em primeira pessoa, e acabo focando mais na moto em si do que no ambiente. Mas, é claro, isso é uma questão bem particular de escolha, que se torna totalmente eficaz ao que você pretende fazer, moldando sua experiência auditiva.

Agora, soma-se isso aos maravilhosos efeitos visuais, sobretudo no modo chuva, com a câmera vibrando sutilmente e a água respingando, seja no capacete, na pista ou na moto; tudo isso cria uma ambientação que realmente faz você sentir que está ali, lutando para manter a moto em pé enquanto desafia o limite do corpo e da física. É uma experiência incrível. Sonho com o dia em que farão um guidão simulador acessível e condizente com a modalidade. Ia ser a coisa mais linda desse mundo!
A técnica ainda é essencial
Apesar da abertura mais ampla a um mestilo de jogo arcade, MotoGP 25 continua sendo um jogo que exige um bocado de respeito à física e ao traçado da pista. O novo sistema de referência, aquela linha de guia que agora também mostra a inclinação ideal para curvas, é um exemplo claro disso, além de ser uma adição essencial para irmos aprendendo as manhas de cada percurso. Digo isso, pois aprendi a ter ideia de como funciona a manobrabilidade da modalidade graças a esse auxílio. Afinal de contas, pilotar carros e motos de corrida são experiências totalmente diferentes, com traçados, pontos de frenagem e outros detalhes totalmente diferentes.
MotoGP 25 traz uma dirigibilidade está ainda mais refinada, com um peso convincente das motos e uma resposta excelente aos comandos. Mas não pense que é algo fácil. Preciso mencionar aqui que a experiência ao jogar com um controle DualSense é, honestamente, sensacional. Os gatilhos adaptáveis fazem diferença real nas frenagens e acelerações, e a vibração háptica contribui para aquele feeling de “segurar” a moto no limite, nos mostrando o verdadeiro potencial do joystick da Sony.

Preciso mencionar também que as condições de pista, especialmente sob chuva, continuam bem complexas, ao ponto de você acabar errando várias vezes. Porém, não há como não dizer que essa parte faz total sentido, sobretudo se quisermos nos aproximar mais de um modo mais simulador. Aí, quando você consegue manter o controle da moto sob fortes chuvas, após cair, sair da pista e errar muito, a sensação de recompensa é realmente genuína, algo que falta em muitos jogos.
Concluindo, a jogabilidade de MotoGP 25 é realmente um dos principais pontos. Não tivemos mudanças absurdas, mas ela está mais refinada. Com a ideia de proporcionar um modo mais simulador para os fãs apaixonados, ou o arcade para os novatos, curiosos ou apenas entusiastas da velocidade, a Milestone acerta de maneira precisa, deixando o jogo cada vez mais acessível para todo mundo.

Agora vem a gasolina adulterada…
Após tantos elogios, preciso citar que nem tudo é perfeito em MotoGP 25. Algumas coisas me incomodaram, sobretudo por não romperem com algumas questões da edição anterior. Uma delas são parte das animações dos personagens, que ainda parecem travadas. Além disso, a ambientação fora da pista, como os paddocks e menus, continua meio “caída”. Seria muito interessante ver uma evolução nesses espaços que hoje parecem meramente funcionais, dando um pouco mais de brilho a esses aspectos dos bastidores.
Outra coisa nítida é a questão da inteligência artificial. Apesar de realmente trazer alguns avanços, ela segue com lapsos de lógica em situações críticas. O excesso de colisões em curvas mais fechadas, por exemplo, é um saco, principalmente em dificuldades mais altas, onde o jogador já está lutando para manter a moto sob controle em meio ao turbilhão de rivais. E ainda há espaço para melhorias na dinâmica de ultrapassagem da IA, que às vezes parece insistente demais em manter a linha, mesmo quando há alternativas mais inteligentes. Felizmente, esses detalhes são mutáveis por meio de atualizações. Vamos ver o que o futuro dirá.

Além disso, embora o novo conteúdo seja um desafogo da modalidade, parte dele parece reciclado, pouco aprofundado e até mesmo preguiçoso. Os modos off-road, por exemplo, poderiam ser mais ambiciosos e densos. Seria muito mais divertido dar uma volta com a Motard ou encarar a terra no Flat Track se esses modos fossem mais bem trabalhados, sobretudo no quesito jogabilidade. Porém, além de ter esse problema, que é grande, falta também uma maior variedade de circuitos e desafios nesses segmentos. Portanto, esses modos passam bem batidos…
Por fim, preciso relatar uma experiência negativa que tive com o jogo. Originalmente, esta review seria feita em um PC. Porém, o jogo simplesmente não funcionou por nada, dando crashes e, em algumas situações, simplesmente travava a máquina. Isso foi extremamente frustrante, sobretudo se eu mencionar que separei um bom período para jogar, já que sou muito fã da modalidade. Porém, no PlayStation 5, tudo funcionou maravilhosamente bem. Foi sentar, jogar e se divertir.

Vale a pena jogar MotoGP 25?
Se você é fã de motovelocidade, a resposta é, obviamente, sim. MotoGP 25 entrega um pacote robusto, refinado e cheio de opções que respeitam a essência da franquia ao mesmo tempo em que abrem espaço para experimentações. A combinação entre aspectos como realismo e acessibilidade é o grande trunfo desta edição, permitindo que tanto veteranos quanto iniciantes se divirtam, seja com os modos Pro de tirar o fôlego, seja com a leveza descompromissada do Arcade Experience.
Além disso, a nova carreira é envolvente, sendo a alma do jogo, a parte audiovisual é digna de aplausos e o sistema de personalização nos convida a sair criando estilos como nunca. Há o que melhorar, claro: a IA ainda escorrega e certos modos poderiam ser mais profundos, falta um pouco de vida nos bastidores do jogo, mas nada disso apaga o brilho de um título que, mesmo sem reinventar radicalmente sua fórmula, acelera com firmeza em direção ao que realmente importa: a diversão e a emoção da motovelocidade.
Concluindo, MotoGP 25 acelera no ritmo certo, trazendo o que nós queremos: precisão, emoção e aquele toque de liberdade que faz qualquer corrida valer a pena. Se a sua vontade é sentir a adrenalina do esporte sem sair do sofá, esse é o jogo que você deve investir, mesmo não sendo um grande especialista. Ah, e antes que eu me esqueça, o jogo é totalmente localizado para o português brasileiro, o que é incrível!
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Milestone.
MotoGP 25
R$ 299,90Prós
- Modo Carreira está melhor do que nunca
- Jogo totalmente localizado em português brasileiro
- Todas as equipes, pilotos e pistas da temporada são licenciados
- Possibilidade de alternar entre um modo mais arcade e um mais simulador
- Inúmeras possibilidades de customização
Contras
- Inteligência artificial joga sujo demais nas curvas
- Algumas partes do jogo precisam de mais "vida"
- Os novos modos de jogo ficaram meio preguiçosos