Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 | Preview
Vou direto ao ponto: Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 provavelmente é um dos títulos mais nostálgicos para a galerinha que nasceu nos anos 90. Digo isso, pois com o lançamento da série para PlayStation lá em 1999, lembro exatamente a sensação que era a de querer mais novidades após jogar por longas horas na locadora da minha rua (e depois em casa, felizmente). Quando os novos títulos chegavam, era sempre uma expectativa a mais e, olha que loucura… cá estamos novamente com a nova versão, que mescla os dois últimos jogos da franquia Pro Skater, mas com adições pra lá de interessantes, tipo a nossa Fadinha, Rayssa Leal.
Nesta preview, tivemos acesso a duas pistas e a dois skatistas: nossa Fadinha e o lendário Tony Hawk, que já é quase um senhor, mas jamais perde a majestade no mundo do skate. Enfim, confira nossas primeiras impressões deste jogo que será lançado oficialmente no dia 11 de julho para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, PC via Steam, Battle.net e Microsoft Store e Nintendo Switch.
A velha fórmula com ótimos ajustes
Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 traz de volta todos os mapas clássicos das versões originais, mas tive acesso ao mapa Metalúrgica e Faculdade, tudo refeito do zero, mas com aquele sentimento nostálgico que só quem passou as tardes tentando completar o combo dos 100 mil pontos vai entender. Com isso, ficou nítido para mim que os desenvolvedores tomaram muito cuidado com os mínimos detalhes, aprimorando o que já era legal demais: rampas foram reposicionadas, distâncias ajustadas, e obstáculos levemente retrabalhados para garantir fluidez nos combos. Nada gritante, ao ponto de você acabar lembrando das pequenas diferenças desta versão para a original.
Os dois mapas disponíveis são insanos e cheios de detalhes e desafios, algo que me deixou um bocado curioso para saber o que se seguirá. No Metalúrgica, simplesmente brincamos de deslizar em diversos pontos bem próximos a uma caldeira, que pode atingir nosso skatista e “tostá-lo” no meio de sua session. Já no Faculdade, temos um enorme espaço aberto, que realmente nos lembra o mapa original, mas com algumas coisinhas a mais que as tecnologias do passado talvez não fossem capaz de suportar. E o melhor de tudo é cada pedaço dos mapas está muito bem detalhado.

Novos skatistas e possibilidades
Se você acha que ony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 é só sobre pontuar alto e ouvir punk rock, até é, convenhamos. Porém, vale lembrar que a franquia sempre teve uma dose generosa de personalidade nos seus personagens, e agora isso foi atualizado com um elenco mais diverso e atual. Mesmo não estando na versão prévia, o jogo final trará, além de uma boa parte dos skatistas clássicos, nomes como Chloe Covell, prodígio australiana de 14 anos e a nossa Fadinha, Rayssa Leal, uma das maiores skatistas da atualidade.
As mudanças de atitude também aparecem nos detalhes. As mecânicas e desafios do jogo parecem ser bem próximos do que era no passado, mas com alguns ajustes condizentes com a atualidade. Algumas questões que poderiam ser vistas como exageradas no sentido mais expressivo da palavra, foram retiradas, algo que a própria equipe teve o bom senso de fazer. Porém, falando de forma mais ampla, fico impressionado com a forma que os desenvolvedores conseguiram manter aquela essência gostosa e totalmente arcade dos jogos antigos, mesmo com gráficos bem superiores (ainda que não sejam os melhores desta geração). Enfim, uma coisa é certa: aqui, a diversão é garantida!

Punk rock e ollies para todo o lado
Vamos falar de uma das partes mais moldadoras de caráter da franquia? A trilha sonora de Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 entrega o que os fãs mais nostálgicos esperam: clássicos que marcaram época, como os sons insanos do CKY, Bodyjar e companhia. Além disso, ainda inclui faixas modernas que dialogam totalmente a nova geração de jogadores e jogadoras, como 100 Gecs, King Gizzard & the Lizard Wizard e até Lupe Fiasco mandando ver.
Sinceramente, este talvez seja o ponto que mais tenha marcado a minha geração, que conheceu na franquia o que realmente era o punk rock, ska e outros gêneros divertidos que eram pouco difundidos no Brasil. Quando falo de moldar caráter, digo da questão musical, já que muitas das bandas que ouvi e ainda ouço, vieram da franquia Pro Skater (e FIFA também, né?!). A única coisa que senti falta foi de uma nova música do Chorão para embalar as sessões. Confisco, música utilizada no primeiro remake, foi uma baita escolha!

Remake ou reimaginação?
Embora a estrutura principal de Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 continue a mesma do passado e até mesmo do seu remake anterior, com mapas cheios de segredos, desafios cronometrados e a busca eterna por alcançar as mais altas pontuações, há também ajustes notáveis na estrutura de jogo. THPS 4, que originalmente abandonava o cronômetro em favor de objetivos mais soltos, agora traz uma opção híbrida: você pode escolher jogar com tempo limite ou estender as sessões por até uma hora. A liberdade é bem-vinda e mostra o esforço em adaptar a experiência às preferências do público atual.
Prosseguindo, na parte técnica, Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 está redondinho. A estética robótica dos bonecos ainda existe (creio que para manter aquela coisa nostálgica dos originais), mas tudo ganhou um upgrade que brilha nas telas modernas. Tem que ver isso em 4K, que delícia! E o melhor de tudo, é que agora, o jogo conta com suporte a crossplay e cross-save, sendo possível continuar sua progressão em qualquer plataforma, seja no console da sala ou no PC do escritório. Ah, e para melhorar… tudo estará no Game Pass desde o primeiro dia. Demais!

Temos problemas no paraíso dos skatistas?
Respondendo à pergunta… não. Durante a demo, não percebi nada de errado. Sem bugs, glitches, nada. Porém, alguns amigos alegaram sentir uma leve sensação de enjoo por conta da câmera, o que pode afetar jogadores mais sensíveis. Mas isso aí é muito pessoal. Agora, um detalhe que merece ser ressaltado, mesmo qeu não seja o meu caso, notei que o jogo não traz muitas opções de acessibilidade nesta demo. Contudo, considerando o estado avançado da versão jogada, é provável que esses detalhes sejam corrigidos até o lançamento. Ou não…
Outro ponto que senti na pele, é o seguinte: se você espera jogar com a habilidade de um adolescente viciado em 2002, talvez se frustre um pouco. Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 ainda exige timing, reflexo e memória muscular, e embora seja prazeroso de jogar, pode levar um tempinho até pegar o ritmo, principalmente para quem hoje só joga no intervalo entre reuniões, trabalhos e fraldas, que é justamente o meu caso. Além disso, pelo menos para mim, a nostalgia se dissipou meio que rápido, sobretudo com a diversidade de jogos lançados neste ano. Não que seja ruim, mas a gente cresce e jogos assim acabam sendo melhores de ser jogados com a galera.

O que esperar de Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4?
Olha… Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 não é somente um tributo bem executado. Ele é uma aula de como resgatar um clássico sem deixá-lo congelado no tempo. A Iron Galaxy fez um trabalho muito cuidadoso, respeitoso e, acima de tudo, divertido. É o tipo de jogo que entrega exatamente o que promete: a sensação de que você pode voar sobre um corrimão enquanto toca uma música absurda e faz uma pontuação e muitas manobras que beiram (e são) irreais.
Para quem cresceu com a franquia, assim como eu, Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4 é quase uma carta de amor ao passado, regada de muito rock e tombos engraçados. Para quem está chegando agora, é um convite para conhecer não só um dos maiores clássicos do skate nos games, mas com todas as modernidades que 2025 pode oferecer.
No mais, me resta esperar para ver o que se seguirá na versão final. E 8 de julho tá logo ali! Se você já está com saudade do cheiro de skate novo e da adrenalina de um combo impossível, pode ir reservando espaço no seu console ou PC. Porque Tony Hawk está de volta e, mesmo mais velho, ele nunca pareceu estar tão em forma. Com isso, a expectativa está ótima para o que virá a seguir!